quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #141


Youth (2015). Drama. Fred e Mick são dois velhos amigos com quase oitenta anos que se encontram a desfrutar de um período de férias num hotel encantador, no sopé dos Alpes. Fred é um maestro e compositor aposentado, sem intenção de voltar à sua carreira musical que abandonou há muito tempo, enquanto Mick é um realizador, que ainda trabalha, empenhado em terminar o guião do seu mais recente filme. Ambos sabem que os seus dias estão contados e decidem enfrentar o seu futuro juntos. No entanto, mais ninguém para além deles parece preocupado com o passar do tempo ... Para mim este filme foi como que um presente para este novo ano que se avizinha. Tem uma beleza peculiar, como que uma peça de arte que nos faz pensar e pôr as coisas em perspectiva. Acredito que nem toda a gente apreciará este tipo de filme; trata-se certamente de um filme um tanto ou quanto parado e monótono mas a mensagem que me transmitiu deixou-me com um sorriso nos lábios. Ainda em exibição nos cinemas, este blog deixa aqui a dica!


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Página-a-página #225

«Teria querido desfazer-me em lágrimas, mas não podia chorar. Era demasiado adulto para o fazer, tinha demasiadas experiências na minha vida. Neste mundo existe um tipo de tristeza que não te permite verter lágrimas. É uma das coisas que não é possível explicar a ninguém e, mesmo que pudesses, ninguém te compreenderia. E essa tristeza, sem mudar de forma, vai-se acumulando em silêncio no teu coração como a neve numa noite sem vento.
Uma vez, quando era mais novo, tentara traduzi-la em palavras. Mas por mais que me esforçasse por encontrar as palavras adequadas, não conseguira transmiti-la a ninguém, nem sequer a mim mesmo, e abandonara a tentativa. De modo que bloqueara as palavras, bloqueara o meu coração. Quando é tão profunda, a tristeza nem sequer se permite metamorfosear-se em lágrimas.»

O Impíedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo
Haruki Murakami

domingo, 27 de dezembro de 2015

12 livros para 2016


À semelhança do post que fiz aqui no blog no ano passado, vou também fazer uma listinha de livros que tenciono ler este ano e que estejam de alguma forma relacionados com o mês em questão. Não quer dizer que os leia por esta ordem, simplesmente vou tentar lê-los ao longo do ano.

1. O livro com que quero começar o ano: Through the woods deEmily Carroll
2. Um livro que quero ler ao som da chuva: Toda a luz que não podemos ver, de Anthony Doerr.
3. Um best-seller: O Pintassilgo de Donna Tartt.
4. Um livro de um género que não costumo ler: Sete minutos depois da meia-noite de Patrick Ness.
5. Um clássico: Orgulho e Preconceito de Jane Austen.
6. Um livro que deixei pela metade: A trança de Inês de Rosa Lobato Faria.
7. Um livro que quero ler no verão: Uma terra distante de Daniel Mason.
8. Um autor que quero conhecer: Vergílio Ferreira com o livro Aparição.
9. Um livro que me ofereceram: Quando os lobos uivam de Aquilino Ribeiro.
10. Um livro que quero pedir emprestado: A trilogia Millennium de Stieg Larsson.
11. Um autor que quero reler: Afonso Cruz com o livro Flores.
12. Um livro que quero ler à lareira: A trilogia da Neblina de Carlos Ruiz Zafón.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Histórias com história #14


Blind Spot (2015-). Uma mulher completamente tatuada é descoberta nua no meio de Times Square, Nova Iorque, sem ter a mínima ideia do que lhe aconteceu. As coisas ainda se tornam mais estranhas quando é descoberto o nome de um agente do FBI tatuado nas suas costas. Jane, o Agente Weller e o resto da equipe do FBI logo descobrem que cada marca em seu corpo é um crime a ser resolvido: uma jornada que poderá levar à verdadeira identidade de Jane. Esta é a premissa da série que apesar de ainda só ter uma temporada disponível, promete grandes emoções e têm ainda imensos mistérios por resolver. Aqui fica a dica para quem é adepto de séries de acção!

sábado, 19 de dezembro de 2015

Página-a-página #224

«No passado, quando era mais jovem, acreditara que conseguiria vir a ser qualquer coisa diferente de mim mesmo. Inclusivamente, pensara que poderia abrir um bar em Casablanca e conhecer Ingrid Bergman. Ou também, numa atitude mais realista - e deixando de lado se, de facto, era ou não mais realista -, acreditara que poderia levar uma vida mais proveitosa e mais de acordo com a minha própria personalidade. Chegara mesmo a treinar para me transformar interiormente com esse objectivo. Lera The Greening of America, vira três vezes Easy Rider. Mas, apesar de tudo isto, acabava sempre a regressar ao mesmo sítio, como um barco com o leme torcido. Era o "meu eu". O "meu eu" não ia a lado nenhum. O "meu eu" estava aqui, à espera de que eu regressasse.
Seria preciso chamar a isto desespero?
Não sabia. Talvez fosse desespero. Turguéniev talvez lhe chamasse desencanto. Dostoiévski, talvez inferno. Somerset Maugham talvez escolhesse chamar-lhe realidade. Mas, usassem o termo que usasse, este era eu.
Não conseguia imaginar o mundo da imortalidade. Talvez aí pudesse recuperar as coisas que havia perdido e criar um mundo novo. Talvez existisse lá alguém que me aplaudisse, me felicitasse. E talvez tivesse sorte e conseguisse ter uma vida mais proveitosa, mais de acordo com a minha personalidade. De qualquer forma, seria um outro eu, um eu que nada teria que ver comigo. O meu eu de agora tinha o meu próprio ego. Era um facto histórico, algo que ninguém conseguia alterar.»

O ímpiedoso país das maravilhas e o fim do mundo
Haruki Murakami

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #140


The dressmaker (2015). Drama. Depois de muitos anos de exílio, Myrtle Tilly regressa à pequena cidade onde nasceu, na Austrália, para cuidar da mãe idosa, que se encontra muito doente. Tilly tinha saído dali muito jovem, devido a falsas acusações de assassinato. Hoje ela é uma mulher sofisticada que aprendeu os segredos da alta-costura com Madeleine Vionnet, uma das mais famosas costureiras de Paris (França). Agora, recorrendo aos seus dotes artísticos, Tilly decide transformar a visão dos habitantes da cidade mostrando, às pessoas que tanto mal lhe fizeram, que a vingança é doce e sabe ainda melhor se for servida fria…Estreado no Festival de Cinema de Toronto, uma comédia em estilo “western” que se baseia no “best-seller” – e obra de estreia – da escritora australiana Rosalie Ham. Pessoalmente o que tenho a dizer sobre este filme é que na sala de cinema onde eu assisti houve imensas gargalhadas por parte dos espectadores e houve alturas onde a emoção falou mais alto e lágrimas rolaram sobre as faces... Eu acho que é um filme muito vompleto, com imagens de tirar o fôlego, cenas muito marcantes visualmente, actores de luxo e uma história que certamente ainda recordarei daqui por algum tempo. Sem dúvida que este blog aconselha!

domingo, 13 de dezembro de 2015

Página-a-página #223

«-Será por minha culpa que não consegues abrir o teu coração? - perguntou ela, um belo dia. - Eu não posso corresponder aos teus sentimentos, e talvez por isso te feches tanto...
Estávamos os dois, como acontecia muitas vezes, nas escadinhas que partiam do centro da Ponte Velha e iam dar à ilhota, entretidos a seguir com os olhos a corrente. A Lua pálida e fria, reduzida a uma pequena lasca, reflectia-se temerosa nas águas do Rio. (...)
Que estranho, pensei. As pessoas associam o coração ao calor. Mas não há relação nenhuma entre o coração e o calor do corpo.
-Não, não é bem assim -respondi-lhe. -Se não te abro o meu coração, é um problema exclusivamente meu. Tu não tens culpa. Acontece que eu não estou seguro dos meus sentimentos, daí que me sinta confuso.
-Nesse caso, nem sequer estás em condições de perceber muito bem o que é o coração?
-Nem sempre consigo compreendê-lo, é certo -admiti. -Há alturas em que só percebemos o que nos vai na alma muito depois, quando já é demasiado tarde. Na maioria dos casos, as pessoas têm de tomar decisões e vêm-se obrigadas a agir sem estar seguras dos seus sentimentos, e isso deixa-nos desorientados, a nós e aos outros.
-Como é que o coração pode ser uma coisa tão imperfeita? -atirou-me ela, sorrindo.
Tirei as mãos dos bolsos e contemplei-as à luz da Lua. Banhadas por aquela tonalidade leitosa, pareciam um par de estátuas desproporcionadas, em miniatura.
-Também é essa a minha opinião -declarei. -O coração é algo de muito imperfeito. Mas deixa vestígios, e nós podemos seguir esses vestígios, como se fossem pegadas na neve.
-E onde conduzem essas pegadas?
-A nós mesmos -respondi. -O coração é assim. Sem coração não chegas a lado nenhum.
Levantei a cabeça e olhei para cima. A Lua de inverno flutuava no céu da Cidade cercada pela alta Muralha, emitindo uma luz exageradamente brilhante, quase incongroente.
-Tu não tens culpa de nada -repeti, em jeito de consolação.»

O Impíedoso país das maravilhas e o fim do mundo
Haruki Murakami

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Wishlist de Natal

Olá a todos, espero que esteja tudo bem convosco. Hoje decidi trazer uma coisinha diferente aqui ao blog e é então a minha wishlist de livrinhos que eu gostaria de receber no Natal. Sei que provavelmente vou receber algum ou alguns deles porque já andei a rondar a árvore de natal e vi lá uns embrulhinhos da fnac portanto cheirou-me a livros ^^ São então...


O primeiro livrinho que vos mostro é de Carlos Ruiz Zafón, autor de A Sombra do Vento, que foi um dos livros que eu devorei completamente e portanto como eu li toda a triologia dos livros esquecidos, da qual esse faz parte, espero também vir a gostar desta Trilogia da Neblina. A editora é a Planeta e a edição é de 2015.


O segundo livrinho é então Toda a Luz que não podemos ver de Anthony Doerr publicado pela editora Presença. Este livro ganhou o prémio Pulitzer este ano e é já um dos best-sellers do ano, bastante aclamado pela imprensa. É também comparado ao livro A rapariga que roubava livros e portanto tenho bastante curiosidade acerca dele.

Também vencedor do prémio Pulitzer, desta vez em 2014 temos O Pintassilgo de uma autora que já me é familiar, Donna Tartt. Esta escritora publicou também A história secreta, também editado pela Presença, que é outro dos livros que eu devorei num abrir e fechar de olhos. Estou portanto bastante curiosa também em relação à seu mais aclamado e recente obra.


Em relação a este livrinho cujo autor, Afonso Cruz, também não deve ser nada estranho aqui no blog, trago-vos a sua mais recente obra, Flores, publicada pela editora Companhia das letras. Creio que este seja o autor português que mais li neste último ano pois iniciei-me na sua obra precisamente no natal do ano passado com a publicação do livro Para onde vão os guarda-chuvas e desde então que tenho lido bastante.



Claro que há muitos mais livros que me chamam a atenção e que eu adoraria ler como por exemplo As obras-primas de T.S. Spivet de Reif Larsen, cujo filme já saiu nos cinemas e que também já tem um post aqui no blog, Estamos todos completamente fora de nós, de Karen Joy, As flores de Lótus, o mais recente livro do jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos, etc, etc, etc... Enunciei apenas os que considerei mais relevantes e relativamente recentes e que espero vir a receber, nem que seja pelo menos um... E vocês? Têm algum livrinho que gostariam de receber pelo natal? Contem-me tudo aqui nos comentários! Até à próxima!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Página-a-página #222

«(...)A maior parte das pessoas não consegue emendar os seus próprios defeitos. As tendências do ser humano, de uma forma geral, consolidam-se antes dos vinte e cinco, e depois disso, por mais que uma pessoa se esforce, dificilmente consegue mudar a sua profunda natureza. O problema vem da maneira como o mundo exterior reage às nossas tendências. Com a ajuda do uisque, dei por mim cada vez mais identificado com Rudin. Com as personagens dos romances de Dostoiévski é raro sentir essa empatia, ao contrário do que acontece com as de Turguéniev. Simpatizo com todas elas. Talvez por terem uma data de defeitos. E nós, os que temos os nossos defeitos, tendemos a identificarmo-nos com aqueles que têm tantos defeitos como nós. Verdade seja dita que os defeitos exemplificados pelas personagens de Dostoiévski, muitas vezes, não se afiguram como defeitos, e por isso sou incapaz de sentir por eles uma empatia total. No caso de Tolstói, já que estou a falar do assunto, os defeitos dos seus heróis revelam-se de tal forma desmensurados e transcedentais que eles tendem a tornar-se monumentos estáticos.»
O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo
Haruki Murakami

sábado, 5 de dezembro de 2015

Página-a-página #221

«Habituado que estou a trabalhar em qualquer lugar, sei do que falo quando digo que nem sempre é fácil encontrar um sofá cómodo onde valha a pena repousar o corpinho quando chega a hora de passar pelas brasas. Os sofás, na sua maioria, são comprados ao acaso, sem qualquer critério, revelando-se, até mesmo no caso dos mais luxuosos, uma autêntica decepção assim que a pessoa decide deitar-se em cima deles. Isto para dizer que poucos são os que valem realmente a pena. Não compreendo como é que, na hora de comprar um sofá, as pessoas podem dar-se ao luxo de ser tão pouco exigentes.
  Defendo a teoria -ainda que tal possa não passar de um preconceito da minha parte - de que a escolha de um sofá diz muito acerca do seu proprietário. Um sofá constitui, à sua maneira, um mundo compacto e inviolável. Isso, porém, é uma coisa que só aqueles que cresceram comodamente sentados num bom sofá podem entender. Acontece o mesmo aos que cresceram a ler bons livros ou a ouvir boa música. Funciona assim.»

O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo
Haruki Murakami

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Um desafio por mês #37


Dezembro #25

Vagueio hoje por outras terras. O meu corpo percorre o que me é estranho. E eu estou desconfortável. Sou desconforto e só quero pôr um ponto final ao universo. Não gosto do incontrolável, do desconhecido. Não conheço sequer a minha pele, é fria, cheira a estranho. Não sou eu. Todo o espírito, porventura, ter-me-á abandonado? Ao estar aqui já não sei o que sou, se alguma vez o soube. Desejo voltar a contorcer-me sobre o meu corpo e entrar de volta no ventre de minha mãe, até ao infinito, porque impossível será morrer quem se negou ao nascer.

Repudio o sol que brilha lá fora, da luz se renasce dizem uns, e eu discordo pela brancura inoportuna que invade este meu quarto pela frincha da janela deixada irresponsavelmente aberta. Mas eu hoje só quero dormir, o sono impede-me de pensar, e esperar que acorde, de novo, envolta em líquido amniótico.
Alexandra Oliveira Villar

sábado, 28 de novembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #139


Steve Jobs (2015). Biografia. Drama. O Steve Jobs do filme é um homem temido pelos que o rodeiam e perfecionistas. A película foca três momentos cruciais na história da Apple: a apresentação do computador Macintosh (1984), da estação de trabalho NeXT (1988) e do iMac (1998), centrando-se sobretudo na juventude de Steve Jobs. Também mostra aspetos da vida pessoal do ator, como a relação com a filha. O filme é realizado por Danny Boyle, que já reconheceu as dificuldades de levar o projeto até ao fim e as pressões para desistir de que foi alvo não só ele como a equipa e atores que não chegaram a participar no projeto por causa dessa pressão. Penso que não haja muito mais a dizer sobre a controvérsia que tem havido em redor da vida de um dos homens que, quer gostemos ou não, irá marcar a história da humanidade. Este é mais um dos filmes em redor da sua vida que, para quem ainda não conhece, é uma boa forma de o fazer. Contudo, na minha opinião pessoal, gostei mais do filme Jobs de 2013 (também mencionado aqui no blog). No entanto, ficam aqui ambas as sugestões!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

TOP 5: Youtubers

A primeira youtuber que quero dar-vos a conhecer é a Lauren Hanna, uma jovem holandesa, da qual já falei aqui no blog. É a fundadora dos vídeos "Document your Life" e todos os meses publica o seu vídeo a mostrar momentos do seu mês. Eu adoro os seus vídeos tanto pela qualidade como pelo conteúdo.
Link do canal




Outro dos youtubers que sigo regularmente e que é conhecido mundialmente é o americano Casey Neistat que trabalha com o mundo dos vídeos profissionalmente e que actualmente publica um vídeo diáriamente no seu canal. Já trabalhou com diversas marcas de sucesso como por exemplo a Nike.
Link do canal


Passando para um estilo de vídeos um bocadinho diferente temos o Vitor Liberato, youtuber brasileiro, que faz pequenos vídeos acerca do seu estilo de vida tanto sobre viagens como sobre viver no estrangeiro, como sobre desporto, etc..
Pessoalmente gosto dos vídeos dele tanto pela energia positiva que transmitem como pela simplicidade com que nos introduz neste seu mundo tão fascinante e que nos faz querer viver mais e melhor.
Link do canal


E já que falo em youtubers brasileiros, aproveito para vos apresentar à Melina Souza que é já tão conhecida tanto no Brasil como um pouco por todo lado, que se distingue pelo mundo fofo em que vive, que nos transporta para o lado bom da vida. No seu canal fala das mais diversas coisas seja livros, lifestyle, tags, viagens, enfim... Uma panóplia de assuntos que com certeza não deixam ninguém indiferente.
 Link do canal


E finalmente temos a Fran Cacace, uma jovem inglesa cujo canal é mais uma espécie de desabafos pessoais e vlogs sobre escrita e filmes e assim. Este é um canal com o qual me identifico por diversas razões. Recentemente produziu uma série com os seus amigos intitulado Overdue, o qual vai sendo postado aos poucos no canal. Actualmente está a participar no NaNoWrimo e publica também vlogs diários a esse respeito.
Link do canal



E pronto, estes são os 5 Youtubers que mais tenho acompanhado nestes últimos tempos. Não sei se também são fans de algum deles ou se já conheciam os seus trabalhos mas caso não conhecessem, aqui fica a dica! Se se relacionam com algum e/ou conhecem outros com canais semelhantes sintam-se à vontade para deixar aqui nos comentários que também eu gostaria de passar a conhecer. Até à próxima!

domingo, 22 de novembro de 2015

Página-a-página #220

«NOBREZA SILÊNCIOSA. É um erro acreditar que os momentos decisivos de uma vida, nos quais a sua direcção habitual se altera para sempre, têm forçosamente que ser de um dramatismo ruidoso e lancinante, agitado por violentas pulsões interiores. Isso não passa de uma ilusão kirsch, de historietas inventadas por jornalistas ébrios, realizadores sensacionalistas e escritores em cujas cabeças circulam as fartas tramas dos pasquins. Na verdade,o dramatismo de uma experiência decisiva é, não raras vezes, inacreditavelmente silêncioso. E tão poucas afinidades ela tem com o estrondo, a labareda e a erupção vulcância que, na maior parte das vezes, ela nem sequer é apercebida no momento em que é efectuada. Quando mais tarde liberta o seu efeito revolucionário, fazendo com que a vida seja vista sob uma luz completamente diferente e ganhando como que uma melodia própria e absolutamente original, então isso acontece silenciosamente, e a sua nobreza específica consiste precisamente nesse espantoso silêncio.»

Comboio nocturno para Lisboa
Pascal Mercier

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #138


X+Y: A brilliant young mind (2015). Comédia. Drama. Prodígio da matemática, o jovem Nathan luta com as pessoas, mas encontra conforto nos números. Quando Nathan ganha um lugar na Olimpíada de Matemática, ele desenvolve sentimentos estranhos pela bela chinesa Zhang Mei. Em última análise, esta é a viagem de Nathan para descobrir a experiência insondável do primeiro amor. Neste filme a matemática fica um pouco em segundo plano; O que vamos decifrando aos poucos são as complicadas equações do amor, da família, dos relacionamentos de amizade, das perdas e da esperança.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Página-a-página #219

«PALAVRAS NUM SILÊNCIO DE OURO. Quando leio o jornal, ouço rádio ou presto atenção ao que as pessoas me dizem no café sinto, cada vez com mais frequencia, tédio, para não dizer uma náusea, perante sempre o mesmo chorrilho de palavras iguais, escritas e ditas- sempre as mesmas expressões retóricas, sempre os mesmos floreados e metáforas. E o pior é quando me escuto a mim próprio e tenho de constactar que também eu me limito a alinhar sempre pelos mesmos padrões, Como estas palavras estão gastas e usadas, tão esgotadas pela excessiva utilização! Será que haverá ainda nelas o vestígio de um significado residual? É claro, a troca de palavras continua a funcionar, as pessoas agem de acordo com isso, riem e choram, viram para a esquerda e para a direita, o empregado de mesa trás o café ou o chá. Mas não é isso que eu quero questionar. A questão é: será que elas exprimem ainda algum pensamento? Ou serão apenas construções sonoras que impelem as pessoas de um lado para o outro, só porque iluminam constantemente, na mente de cada um, vestígios de uma eterna tagarelice?»


Comboio nocturno para Lisboa
Pascal Mercier

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

«Força-te, força-te à vontade e violenta-te, alma minha; mais tarde, porém, já não terás tempo para te assumires e respeitares. Porque de uma vida apenas, uma única, dispõe o homem.E se para ti esta já quase se esgotou, nela não soubeste ter por ti respeito, tendo agido como se a tua felicidade fosse a dos outros... Aqueles porém que  não atendem com atenção os impulsos da própria alma são forçosamente infelizes.»
Marco Aurélio

sábado, 14 de novembro de 2015

Página-a-página #218

«PROFUNDEZAS INCERTAS. Será que existe um segredo sob a superfície da actividade humana? Ou serão as pessoas tal e qual como se manifestam nos seus actos tão explícitos? 
Pode parecer estranho, mas para mim a resposta muda com a luz que cai sobre a cidade e o Tejo. Se for a luz mágica de um dia vibrante de Agosto, capaz de produzir sombras claras de um recorte nítido, a ideia de uma profundidade humana subjacente e oculta parece-me estranha como um fantasma curioso e, de algum modo eternecedor, qualquer coisa como uma miragem que se materializa quando me ponho a olhar longa e fixamente as ondas que cintilam nessa mesma luz. Se, pelo contrário, a cidade e o rio surgirem iluminados por uma cúpula de luz difusa e acinzentada num dia turvo de Janeiro, então não conheço maior certeza do que esta: a de que toda a actividade humana não passa de uma manifestação incompleta, para não dizer ridiculamente incipiente, de uma vida interior oculta e de uma profundidade imprevista, que assoma à superfície sem jamais, em momento algum, a alcançar.
(...)»
Comboio nocturno para Lisboa
Pascal Mercier

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #137


Coraline (2009). Animação. Fantasia. Uma jovem rapariga, Coraline atravessa uma porta secreta, na sua nova casa, e descobre uma versão alternativa da sua vida. À primeira vista, esta realidade paralela é estranhamente parecida com a vida real – mas muito melhor. Mas quando este maravilhoso conto se torna perigoso e a sua mãe contrafeita tenta ficar com ela para sempre, Coraline dependerá da sua firme determinação, coragem, a ajuda de vizinhos e de um gato que fala, para salvar os seus pais verdadeiros e algumas crianças fantasma, e assim voltar para casa. Baseado no livro com o mesmo nome, de Neil Gaiman, este filme oferece-nos um mundo de magia, diversão mas também um mundo de reflexão sobre alguns aspectos do nosso quotidiano. Do mesmo realizador do filme "The nightmare before Christmas", este é um filme que este blog aconselha!

domingo, 8 de novembro de 2015

Página-a-página #217

«De mil experiências que fazemos apenas conseguimos transpor uma para a linguagem, e mesmo essa de uma forma fortuita e sem o apuro que merecia. Entre todas as experiências mudas, permanecem invariavelmente ocultas aquelas que, imperceptivelmente, transmitem à nossa vida a sua forma, o seu colorido e a sua melodia. Quando depois nos viramos para esses tesouros, como uma espécie de arqueólogos da alma, descobrimos quão desconcertantes eles são. O objecto da observação recusa a imobilidade, as palavras deslizam para fora da vivência e no final o que temos no papel não passa de um espólio de contradições. Durante muito tempo acreditei que isso era um defeito, uma carência que precisava de serultrapassada. Hoje penso que as coisas não se passam assim: que o reconhecimento de tamanho desconcerto acaba por ser a via régia para a compreensão dessas experiências, simultaneamente íntimas e, não obstante, tão enigmáticas. Eu bem sei, tudo isto pode parecer estranho, até mesmo extravagante. Mas desde que vejo as coisas assim tenho a sensação de que, pela primeira vez, encaro a vida de uma forma atenta e lúcida.»
Comboio nocturno para Lisboa
Pascal Mercier

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

TAG: Viciada em filmes

1. Qual foi o último filme que viste?
O último filme que eu vi foi o Coraline, cujo post está para sair aqui no blog.

2. Qual o último filme que te levou ao cinema?
O último filme que eu vi no cinema foi o The irrational man dirigido pelo Woody Allen.

3.Um filme que queres muito ver.
Neste momento um filme que eu ainda não vi mas que estou muito curiosa para ver é o Everste.

4.Um filme para chorar.
Esta questão é um bocadinho ambígua, uma vez que aquilo que me emociona a mim pode não emocionar os outros. Ainda assim vou escolher o filme The fault in our stars que foi um filme bastante falado e do qual me lembro de ter saído do cinema um bocadinho descomposta.

5.Um filme para rir.
Há muitos filmes que nos arrancam valentes gargalhadas e sinceramente não sou, de todo, a melhor pessoa para falar de comédias; onsidero-me uma pessoa mais de dramas mas ainda assim lembro-me de ter gostado particularmente, dentro do género, do filme Due date.

6.Um suspense. 
Esta sim, é dificil... tantos que eu podia mencionar aqui... Vou escolher o filme Inception só porque sim, pronto.

7.  Um romance.
Vou escolher o filme O diário da nossa paixão porque foi dos primeiros romances que vi e que me marcaram mas depois desse vieram tantos outros que é dificil pensar num só. Aliás, qualquer filme baseado nos livros do Nicholas Sparks poderia servir de exemplo.

8.Um filme de acção.
Vou mencionar o último de que me lembro de ter visto porque também acção não é bem a minha praia... Foi o Hitman: agente 47, com post aqui no blog.

9.Um filme para toda a família.
Eu não sei se este é um filme para toda a família mas sei que é definitivamente um filme para toda a minha família. Já vi este filme com os meus pais, com a minha prima, com os meus tios, com os meus padrinhos, com os meus amigos e não sei se também não o terei visto com os meus avós...  É ele o Mamma Mia!, claro :p

10.Qual o teu estilo de filme favorito?
O meu estilo de filme favorito penso que seja a Aventura, embora não haja assim tantos filmes dentro desse género como eu gostaria mas o estilo de filmes que eu mais vejo é sem duvida o drama, até porque é o que tem mais oferta.

11.Um filme que serve de inspiração à tua vida.
Eu considero-me uma pessoa bastante ligada às mensagens dos filmes e aquilo que eles me transmitem portanto não consigo mencionar um único filme nesta categoria. Mas posso mencionar alguns filmes ... Into the Wild, One week, Patch Adams, Dead poet society, and so on, and so on...

E pronto, é isto. Já não trazia uma TAG aqui ao blog há algum tempo portanto espero que tenham gostado e estejam à vontade para responderem também às perguntinhas que aqui foram mencionadas. Devo dizer que esta TAG está incompleta, uma vez que vi várias versões da mesma e portanto não sei qual delas seria a melhor de responder, tendo acabado por escolher as perguntas cuja resposta poderia ser satisfatória. Até à próxima!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #136



Irrational man (2015). Mistério. Drama. O professor de filosofia Abe Lucas está emocionalmente frágil, incapaz de encontrar qualquer significado ou alegria na vida. Sente que tudo o que tentou fazer, desde o ativismo político ao ensino, não fez qualquer diferença na sua existência. Ao mudar-se para uma pequena cidade para lecionar uma nova turma, Abe envolve-se com duas mulheres: Rita Richards, uma professora solitária que só deseja que ele a liberte do seu casamento infeliz; e Jill Pollard, a sua jovem e melhor aluna, que se torna na sua melhor amiga. Jill adora o seu namorado Roy, mas descobre em Abe a sua personalidade artística, torturada, sensível e um passado exótico irresistível. Mesmo mostrando todos estes sinais de desequilíbrio mental, Jill não consegue parar de sentir enorme fascínio pelo seu professor e amigo. Ainda assim, quando ela tenta dar um passo à frente na relação entre ambos, ele recua. Tudo se altera quando Abe e Jill ouvem a conversa de um estranho e sentem-se mergulhados nessa história que parece ter sido escrita para eles. Ao fazer uma introspeção profunda à sua existência, Abe sente-se com toda a força e energia para abraçar novamente a vida. Mas a sua decisão define uma série de acontecimentos que irão afetar Abe, Jill e Rita, para sempre. Mais um filme característico de Woody Allen que este blog aconselha a dar uma vista de olhos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Novembro #24

Os teus olhos são fugidios, são os olhos de um gato. Em cada olhar não demoras senão frações de vida, para que o pensamento não aprofunde. São daqueles que em cada olhar espelham a alma de quem os olham. São duros para mim. Encerram em si o mistério da existência. Olhas o mundo porque ele não te questiona. É mais fácil olhar o mundo que a própria alma. E eu em ti só vejo a minha alma. É o que me dás. Sabor amargo do amor. Não me trazes a tranquilidade porque sabes que a vida é vã. Conheces a inutilidade da labuta, o previsível fim de tudo. Resignas-te ao menos que nada que somos. Porque mesmo a reis tudo acaba. Por mais que vivas tudo acaba. E no fim, além de memórias nada levas. Os teus olhos vivem de memórias. Das memórias da minha alma.

Alexandra Oliveira Villar

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Página-a-página #216

«(...)A intensidade do seu olhar assustou-me. - O quê?
-Tu não tens grandes sentimentos pelas outras pessoas, pois não?
Fiquei para morrer. -Do que é que tu estás a falar? -disse eu. - Claro que tenho.
-Terás mesmo? -Franziu o sombrolho. -Não me parece. Mas não importa -disse ele, após uma pausa longa e tensa. - Eu também não.
-Onde é que tu estás a querer chegar?
Ele encolheu os ombros. -Nada - disse ele. -Só que a minha vida, no essêncial, tem sido muito insípida e sem graça. Morta, quero eu dizer. O mundo sempre me pareceu um lugar vazio. Dantes, era incapaz de gozar mesmo as coisas mais simples. Sentia-me morto em tudo o que fazia. -Escovou a terra das mãos. - Até que tudo mudou. - Disse ele. - Na noite em que matei aquele homem.
Eu estava atónito -e nem um tanto arrepiado, devo dizer -perante uma alusão tão clamorosa a algo que, por mútuo acordo, praticamente nunca era referido senão por códigos, deixas e eufemismos de toda a espécie.
-Foi a noite mais importante da minha vida -disse ele calmamente. -Permitiu-me realizar aquele que sempre foi o meu maior desejo.
-Que é?
-Viver sem pensar.
As abelhas zumbiam ruidosamente na roseira. Ele voltou à sua tarefa, adelgaçando os ramos mais pequenos no topo.
-Dantes, estava paralisado, embora não o soubesse verdadeiramente - disse ele. -Era por pensar de mais, por viver demasiado com o intelecto. Era difícil tomar decisões. Sentia-me imobilizado.
-E agora?
-Agora - disse ele -, agora, sei que posso fazer qualquer coisa que queira. -Olhou para cima. -E, ou eu me engano muito, ou algo de muito parecido se passou contigo.
-Não sei do que é que estás a falar.
-Oh, pois eu acho que tu sabes muito bem. Esse surto de poder e deleite, de confiança, de controlo. Essa sensação súbita da riqueza do mundo. Das suas possibilidades infinitas.
(...)»
A História secreta
Donna Tartt

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Uma boa história nunca acaba #135


The intern (2015). Comédia. De Niro é Ben Whittaker, um viúvo de 70 anos que descobre que a reforma não é exatamente o que imaginava e decide, por isso, voltar ao ativo tornando-se um estagiário sénior num site de moda online, fundado e dirigido por Jules Ostin. Este filme que está actualmente nos cinemas é uma lufada de ar fresco! Mostra-nos, com humor, que o importante na vida é nunca estar parado e lutar pelo nosso lugar na sociedade, não importando a idade que temos. Este blog aconselha!

domingo, 25 de outubro de 2015

Divulgando #36


Couchsurfing é um serviço de hospitalidade com base na internet, em que pessoas de diversos países disponibilizam as suas casas para hospedar turistas estrangeiros. O objectivo é consturir um mundo melhor onde os couchsurfers partilham as suas experiências com as pessoas que encontram, promovendo o intercâmbio cultural e respeito mútuo. Neste momento a comunidade conta com mais de dez milhões de membros em mais de 200.000 cidades. O projecto teve inicio em 2004 e surgiu de uma paixão partilhada por um grupo de estudantes da Islândia e é hoje acessivel a qualquer pessao em qualquer parte do mundo. Para mais informações cliquem no link acima.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Página-a-página #215

«Em certo sentido, era por isso que eu me sentia tão próximo dos meus colegas na aula de Grego. Tal como eu, também eles conheciam esta paisagem maravilhosa e cruciante, há seculos desaparecida; também eles sabiam o que era erguermos os olhos dos nossos livros do século V, e acharmos este mundo estranho desconcertante, como se já não fosse o nosso. Era por isso que eu admirava Julian, e Henry em particular. A sua razão, os seus olhos e ouvidos estavam irremediavelmente fixados nos limites desses ritmos antigos e austeros - de resto, não era no mundo que moravam, pelo menos no mundo como eu o conhecia - e longe de serem visitantes ocasionais desta terra que próprio apenas conhecia como um turista deslumbrado, eles eram, em grande medida, seus residentes permanentes, tão permanentes como lhes era humanamente possível. O grego é uma língua difícil, muito difícil, que se pode estudar uma vida inteira sem jamais se conseguir dizer o que quer que seja; mas ainda hoje não consigo deixar de sorrir ao pensar no inglês formal e calculado de Henry, o inglês de um estrangeiro cultivado, quando comparado com a fluÊncia e determinação do seu grego - eloquente, escorreito, notavelmente espirituoso. Era sempre um assombro ouvi-lo a conversar em grego com Julian, a discutir e a gracejar, como nunca os ouvi a falar em inglês; por diversas vezes, ouvi Henry atender o telefone com um "Alô", cauteloso e impaciente, e nunca me hei-de esquecer do comprazimento áspero e irresistivel do seu "Khairei!" sempre que sucedia estar Julian do outro lado da linha.»
A História secreta
Donna Tartt

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Uma boa história nunca acaba #134


'71 (2014). Acção. Drama. Thriller. Gary Hook, um jovem soldado britânico, é acidentalmente abandonado pela sua unidade na sequência de uma intervenção a um motim nas ruas de Belfast. Incapaz de distinguir amigo de inimigo, e cada vez mais prudente face aos seus próprios camaradas, o inexperiente recruta é obrigado a sobreviver sozinho, durante a noite, e encontrar o seu caminho de regresso à segurança, através de um ambiente totalmente hostil e mortal. Este filme pode ser visto actualmente em exibição nos cinemas. Julgo que seja um bom filme para quem gostar do género.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Página-a-página #214

«A beleza é o terror. Tudo o que achamos belo faz-nos estremecer. E o que haverá de mais aterrador e de belo, para almas como as gregas e as nossas, do que perder totalmente o controlo? Livrarmo-nos dos grilhões do ser por instantes, estrilhaçarmos o acidente do nosso eu mortal? Eurípides fala-nos das Ménades: cabeça atirada para trás, garganta para as estrelas, "mais cervinas do que humanas". Ser-se completamente livre! Claro que uma pessoa é perfeitamente capaz de libertar estas paixões de maneiras mais vulgares e menos eficientes. Mas quanta glória em libertá-las de uma rajada só! Cantar, gritar, dançarmos descalços na floresta a meio da noite, tão cientes da nossa mortalidade como um animal selvagem! Estes são mistérios poderosos. O mugir dos bois. Fontes de mel brotando do chão. Se formos suficientemente fortes nas nossas almas podemos rasgar o véu e olhar de frente para essa beleza nua e terrível; deixar que Deus nos consuma, nos devore, nos desmembre os ossos. Para nos cuspir renascidos cá para fora.»
A História Secreta
Donna Tartt

domingo, 18 de outubro de 2015

Divulgando #35

Wwoof  é um programa de intercâmbio; Em troca da ajuda de voluntários, os WWOOF anfitriões oferecem alimentação, alojamento e oportunidades de aprender sobre estilos de vida orgânicos. Os voluntários terão a oportunidade de obter experiências em primeira mão em diversas filosofias de agricultura biológica, permacultura, construção ecológica e outras técnicas amigas do ambiente. As organizações WWOOF ligam as pessoas que querem voluntariar-se em fazendas orgânicas ou pequenas propriedades com as pessoas que estão à procura de ajuda voluntária. É uma excelente forma de viajar e conhecer outros países de uma maneira pouco convencional. Dêm uma vista de olhos no link para mais informações.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Página-a-página #213

«-Porque é que essa vozinha obstinada dentro das nossas cabeças nos atormenta dessa maneira? - disse ele, olhando à volta da mesa. - Não será por nos recordar que estamos vivos, a nossa mortalidade, as nossas almas individuais - a que, ao fim e ao cabo, temos demasiado medo de renunciar e no entanto são o nosso maior motivo de sofrimento? Mas não é muitas vezes a dor também uma forma priveligiada de tomarmos consciência do nosso próprio eu? É uma descoberta terrivel a que fazemos em crianças ao verificarmos que somos uma parte separada do resto do mundo, que nada nem ninguém dói juntamente com a nossa boca escaldada ou joelhos esfolados, que as nossas dores e sofrimentos são só nossos. Mais terrível ainda é constatar, à medida que envelhecemos, que ninguém, por mais querido que nos seja, poderá alguma vez compreender-nos verdadeiramente.»
A História Secreta
Donna Tartt

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Página-a-página #212

«-Que estúpida fui, Manuel!
-Não é estupidez, Maya, a isso se chama apaixonar-se pelo amor.
-Como?
-O Daniel é alguém que conheces muito mal. Estás é apaixonada pela euforia que ele provoca em ti.
-Esta euforia é a única coisa que me importa, Manuel. Não posso viver sem o Daniel.
-É claro que podes viver sem ele. Este jovem foi a chave para te abrir o coração. Ser viciado no amor não te arruinará a saúde ou a vida, como o crack ou a vodka, mas tens de aprender a distinguir entre o objecto amoroso, nete caso Daniel, e a excitação de ter o coração aberto.
-Repete lá isso, homem, estás a falar como os terapeutas do Oregon.
-Sabes que passei metade da minha vida com o coração fechado a sete chaves, Maya. Agora começo a abrir-me, mas não posso escolher os sentimentos, pela mesma abertura que entra o amor, desliza o medo. O que te quero dizer é que, se és capaz de amar muito, também vais sofrer muito.»
O caderno de Maya
Isabel Allende

sábado, 10 de outubro de 2015

Uma boa história nunca acaba #133


A walk in the woods (2015). Aventura. Drama. Cromédia. Nesta divertida aventura, o célebre escritor de viagens Bill Bryson, em vez de aproveitar para desfrutar a companhia da sua bela e amorosa esposa e da sua grande e feliz família, desafia-se a fazer o Trilho dos Apalaches – 3 540 kms das mais intocadas, espetaculares e acidentadas paisagens da América, que liga a Geórgia ao Maine. A paz e tranquilidade que esperava encontrar não passa, no entanto, de um sonho, desde o momento em que a única pessoa disposta a acompanhá-lo na caminhada é Katz, um amigo afastado e de longa data e um namorador em série, que depois de uma vida a enganar meio mundo vê na viagem uma forma de escapar a pagar algumas dívidas - e ter uma última aventura antes que seja tarde demais. Este é mais um filme para os amantes da aventura. Pessoalmente estava à espera de mais e portanto desiludiu-me um bocadinho mas não deixa de ser uma hora bem passada! Este blog aconselha! 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Página-a-página #211

«Dizem que ao fim de uns meses a viver na rua se acaba definitivamente marginalizado, porque se adquirem traços de indigente, perdemos a identidade e a rede social. No meu caso foi mais rápido, bastaram três semanas para ir ao fundo. Submergi-me com uma pavorosa rapidez nesta dimensão miserável, violenta, sórdida, que existe paralela à vida normal de uma cidade, um mundo de delinquentes e das suas vítimas, de loucos e de toxicodependentes, um mundo se solidariedade ou compaixão, onde se sobrevive pisando os outros. Estava sempre drogada ou à procura de meios para o estar, suja, malcheirosa e desgrenhada, cada vez mais enlouquecida e doente. 
(...) Aprendi que os lugares mais seguros eram à vista de todos, mendigando com um copo de papel na rua à entrada de um centro comercial ou de uma igreja, o que disparava o sentido de culpa dos transeuntes. Alguns deixavam cair algumas moedas, mas ninguém falava comigo, a pobreza de hoje é como a lepra de antes, repugna e dá medo.»
O Caderno de Maya
Isabel Allende

domingo, 4 de outubro de 2015

Uma boa história nunca acaba #132


The Martian (2015). Acção. Aventura. Ficção científica. Durante uma missão tripulada a Marte, o astronauta Mark Watney e os seus companheiros são violentamente arrastados por uma tempestade de areia. Devido a este incidente, a missão é abortada e Mark, que todos julgam morto, é deixado para trás. Mas Watney sobreviveu. Encontra-se sozinho e sem saber o que fazer em Marte. Com mantimentos para apenas 50 dias, vai ter de encontrar uma forma de enviar um pedido de socorro à Terra e, simultaneamente, arranjar uma maneira de fazer crescer alimentos que o ajudem a sobreviver o máximo de tempo naquele planeta hostil. Quando, sem que alguém esperasse, o seu apelo é recebido pela NASA, a milhões de quilómetros de distância, cientistas de todo o mundo juntam-se para o tentarem trazer de volta. Quando todos concluem que nada há que possa ser feito, os seus colegas de tripulação decidem desobedecer às ordens e arriscar uma ousada missão de resgate… Baseado no best-seller de Andy Weir esta história reflete sobre o instinto de sobrevivência e generosidade humana. Neste momento em exibição nos cinemas, este blog aconselha!


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Outubro #23

Recolho-me em mim como se voltasse à casa que me viu nascer. É como sair deste mundo para regressar à vitalidade da própria vida. Voltar a ser o que já fui sem me lembrar de o ter sido. A inocência da ignorância. A força do futuro por ser.
Recolho-me em mim como se voltasse ao calor do ventre da minha mãe. O berço mais profundo da existência. A casa. O mar. Voltar a ser o primórdio da espécie, rasurando os caminhos rectos que percorri, que é em tortuosidade que o mundo cresce.
Recolho-me em mim para voltar a ser a potencialidade do sonho que não se concretizou ainda. É na origem que o sonho ganha raiz e dá razão à existência. Viver é perder a razão. Será sempre o perder do sonho.
Recolho-me em mim como se negasse o presente que me atormenta. Eu sou passado quando sou verdade, mas vivo cada dia num presente inconsistente. O passado é feito de sonho, o presente segura-se no vazio.

Recolher-me-ei sempre em mim enquanto não o souber viver.

Alexandra Oliveira Villar

Um desafio por mês #35


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Página-a-página #210

«Hoje, pus cinco flores do jardim de Blanca Schnake em cima da secretária de Manuel, as últimas flores da estação, que ele nem será capaz de apreciar, mas a mim me dão uma tranquila felicidade. É natural extasiar-se diante da cor quando se vem do cinzento. O ano passado foi um ano cinzento para mim. Este raminho mínimo é perfeito: um copo de vidro, cinco flores, um inseto, a luz da janela. Nada mais. Nãoé sem razão que me custa recordar a escuridão de antes. Que longa foi a minha adolescência! Uma viagem subterrânea.»
O Caderno de Maya
Isabel Allende

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #131


The Water Diviner (2014). Drama. Guerra. Em 1919, o mundo tenta recuperar dos terríveis efeitos da Primeira Grande Guerra. Depois do suicídio da mulher, o agricultor australiano Joshua Connor viaja para a Turquia para descobrir o destino dos seus três filhos, desaparecidos em combate anos antes, durante a Campanha de Galípoli. Sem esperança de os encontrar com vida, ele apenas deseja trazê-los de volta à Austrália e enterrá-los junto da mãe, que não suportou o desgosto. Mas a esperança renova-se quando descobre que Art, o mais novo, pode ainda estar vivo. Assim, enquanto Connor percorre o país em busca da única família que lhe resta, há uma interrogação que o assalta a todo o momento: se o rapaz conseguiu sobreviver, porque nunca regressou a casa? E é ali, naquela busca desesperada pelos filhos, que vai conhecer Ayshe, uma viúva que se debate com as suas próprias perdas e de quem se torna amigo... Este é um filme sobre a guerra mas mais do que isso, é um filme sobre conexões, sobre a forma como o ser humano interage entre si. A mim o que mais me surpreendeu neste filme foi o facto de ser baseado numa história veridica. Mas além disso o filme está repleto de imagens lindíssimas. Vale a pena ver. Este blog aconselha!

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Página-a-página #209

«É verdade que a adrenalina é viciante. No Oregon havia alguns rapazes finalistas que estavam muito confortáveis na sua desgraça. A felicidade é fugidia, escorre por entre os dedos, mas aos problemas é possível agarrarmo-nos, são dotados de apoio, são ásperos, duros. Na academia, cultivava o meu próprio romance russo: eu era má, impura e perniciosa, enganava e feria quem mais gostava de mim, a minha vida já estava completamente lixada. Nesta ilha, ao invés, quase sempre me sinto boa, como se ao mudar  de paisagem também tivesse mudado de pele. Aqui ninguém conhece o meu passado, salvo Manuel. As pessoas confiam em mim, acham que sou uma estudante de férias que veio auxilia Manuel no seu trabalho, uma rapariga ingénua e equilibrada, que nada no mar gelado e joga futebol como um homem, uma gringa um bocado tontinha. Não penso defraudá-los.»
O caderno de Maya
Isabel Allende

sábado, 26 de setembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #130


Life (2015). Biografia. Drama. Em 1955 o jovem fotógrafo Dennis Stock da agência Magnum tenta aproximar-se do actor em ascensão James Dean, para conseguir um grande destaque para a revista LIFE. Contudo, quando James não está relutante, ele é caótico, alegre, brincalhão e desobediente. E quando Dennis não está irritado, fica exasperado a tentar conseguir que o esquivo James Dean se concentre ou simplesmente apareça. Para fotografarem as raízes do actor, trocam a energia frenética de Nova Iorque pela quinta onde James cresceu, no Indiana. Dennis acha que está a fotografar uma estrela no momento em que esta vai cair. E, de facto, está a documentar os últimos momentos de intimidade e simplicidade que James Dean vai conhecer. Entre a viagem de Hollywood para Nova Iorque e de Nova Iorque para o Indiana, um profundo afecto e uma amizade improvável vai-se gradualmente desenvolvendo entre os dois jovens. Baseado em factos reais da vida de James Dean, este filme conta-nos como foram os últimos momentos da prematura vida deste actor. Este é um filme que este blog aconselha! Actualmente em exibição nos cinemas!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Página-a-página #208

«(...)Explicava-me que o Sol é uma estrela pequena entre cem milhões de estrelas na Via Láctea e que havia seguramente milhões de outros universos para além daquele que agora podemos ver.
-Ou seja, Popo, somos menos que o suspiro de um piolho - era a minha conclusão lógica.
-Não te parece fantástico, Maya, que estes suspiros de piolhos sejam capaz de combater o prodígio do universo? Um astrónomo precisa de mais imaginação poética do que de senso comum, porque a magnífica complexidade do universo não se pode medir nem explicar, apenas intuir.
E falava-me do gás e da poeira estelar de que se formam as belíssimas nubelosas, verdadeiras obras de arte, pinceladas intrincadas de cores magníficas no firmamento, de como nascem e morrem as estrelas, dos buracos negros, do espaço e do tempo, de como possivelmente tudo se originou com o Big Bang, uma explosão indescrítivel, e das partículas fundamentais que formaram os primeiros protões e neutrões, e assim, em processos cada vez mais complexos, nasceram as galáxias, os planetas, a vida.
-Vimos das estrelas - costumava dizer-me.
-Isso é o que digo eu - acrescentava a minha Nini, tendo em mente os horóscopos.»

O Caderno de Maya
Isabel Allende

sábado, 19 de setembro de 2015

Histórias com história #13

New girl (2011-). Traduzida para português como Jess e os rapazes, esta série conta a vida de Jess, uma excêntrica e estranha rapariga, na casa dos 20, que depois de uma complicada e hilariante separação com o namorado decide dividir casa com mais três rapazes solteiros, mudando assim a vida de cada um deles da forma mais inesperada. Com cerca de 30 anos, Nick é de Chicago e trabalha num bar. Ficamos a saber que recentamente também ele passou por uma separação. Nick desistiu do seu curso de Direito apenas a três semestres do fim. Schmidt é o típico garanhão do grupo mas nunca tem sorte com as raparigas. É o único funcionário do sexo masculino na sua empresa, sendo muitas vezes objecto de escárnio pelas suas colegas do sexo feminino. E finalmente Winston é o companheiro de casa que Jess originalmente iria substituir mas que acaba por regressar da Letónia no 2º episódio. Winston tem uma incrível capacidade para captar novas habilidades com pouco esforço, mas é-lhe dificil encontrar e manter emprego, porque rapidamente se aborrece com tarefas repetitivas. Esta é uma série sobre a amizade e as suas vásrias vertentes e importância que tem nas nossas vidas. Com bastante humor, este blog aconselha!

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #129


The Young and Prodigious T. S. Spivet (2013). Acção. Aventura. Drama. Vou começar este post dizendo que já não via um filme assim há imenso tempo! Mas que filme tão agradável! Mesmo! T.S. Spivet vive num rancho isolado em Montana com os pais, a irmã Gracie e o seu irmão Layton. É um menino sobredotado e cientista apaixonado, que inventou a máquina de movimento perpétuo, o que fez com que ganhasse o prestigiado prémio do Museu Smithsonian, em Washington. Sem dizer nada à família, decide ir sozinho reclamar a sua recompensa, atravessando os EUA num comboio de carga para lá chegar. Só que no Museu, ninguém desconfia que o grande vencedor tem apenas dez anos de idade e que carrega um pesado segredo. Esta é a premissa do filme e garanto-vos que não desilude. Este filme faz-nos recuar no tempo e voltar à infância de uma forma especial através de um rapazinho de 10 anos. Vejam! Este blog aconselha!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

TOP 5: Filmes que estreiam ainda este ano

Eis alguns dos filmes que estão para estrear ainda este ano em Portugal e que eu quero ver. O primeiro é Everest que estreia já dia 24 de Setembro. Este filme é baseado em factos reais e conta a história dos primeiros homens a chegar ao ponto mais alto do mundo no monte Evertst. O segundo filme é The martian, que tem estreia prevista para dia 1 de Outubro, e é baseado no livro de Andy Weir com o mesmo nome. Este conta a história de um astronauta que sofre um acidente durante o seu voo para Marte. O terceiro filme é o Walk in the Woods, já mencionado anteriormente aqui no blog e cuja data de estreia em Portugal ainda não foi anunciada.
Finalmente mais virado para o drama temos o filme Me and Earl and the dying Girl, com estreia no dia 12 de Novembro e The irrational Man que estreia já dia 17 deste mês. O primeiro é um drama adolescente e o segundo é sobre um professor de filosofia que está a ter crises existênciais. Estes filmes prometem, não vos parece?

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Uma boa história nunca acaba #128


«We determine who we are by what we do.»

Hitman: Agent 47 (2015). Acção. Crime. Thriller. Hitman é um assasino de elite que foi geneticamente modificado desde cedo para ser uma perfeita máquina de matar, sendo conhecido pelos dois últimos digitos no código de barras tatuado na parte de trás do seu pescoço. Ele é o culminar de várias décadas de investigação  dotando-o de uma força sem precedentes, velocidade, resistência e inteligência. O seu mais recente alvo é uma mega-corporação que pretende desvendar o segredo do passado do Agente 47 para criar uma um exército de assassinos cujos poderes podem superar os dele próprio. Juntando-se a uma jovem rapariga que pode guardar o segredo para vencer os poderosos e clandestinos inimigos, 47 confronta-se com revelações impressionantes sobre as suas próprias origens e uma grande batalha épica com o seu inimigo mortal. Este é, na minha opinião, um daqueles filmes dos quais, à primeira vista, não dariamos nada por ele mas que começando a ver e a descobrir os seus encantos, começamos a ganhar-lhe o gosto. Este blog aconselha!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Projecto "Document your life"

"Document Your Life is an online video project that will hopefully make you notice the beautiful little things in the world, and inspire you to live your life to the fullest. The idea is that you film short clips of the best things you've seen & done, and compile them into a monthly video."
Hoje venho-vos falar neste pequeno projecto que já decorre há vários anos e que tem preenchido alguns canais do youtube. O prjecto chama-se Document your life e, tal como foi descrito acima, consiste em produzirmos pequenos clips de vídeo de momentos do nosso dia-a-dia para, ao fim do mês, os compilarmos num vídeo. Sempre fui adepta deste tipo de projectos mas há sempre algo que faz com que eu não os leve por diante. Ou a falta de tempo (desculpa mais comum), ou a falta de recursos (como uma boa câmara, um bom tripé, um bom programa de edição de víedeo, etc, etc, etc), ou mesmo a falta de paciência. Não obstante, gostaria de lançar aqui o desafio a todos aqueles que ficarem interessados no projecto, visto que estamos no inicio de um novo mês. É a altura ideal! Todas as informações estão no link aqui em baixo. Deem uma vista de olhos!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Um desafio por mês #34


Setembro #22

Já dormes. É tarde, o relógio já se cansou da nossa eternidade, lá fora habita uma bruma fria e tu já entraste num sono profundo. Deitada neste nosso ninho branco respiras pausadamente sem incerteza nenhuma. Lado a lado como profundos amantes. Lado a lado como na vida. Eu olho-te e fico a amar-te intensa e indefinidamente. Deliciosamente. És para mim o átomo que acerta, a poesia que canta, o sonho que desperta. Aqui ao teu lado, teço um futuro verde de sonhos a partir de um novelo de esperança. Que ele nunca acabe, que eu construirei sempre sonhos sobre sonhos. 

E uma última coisa, avisa o destino de que vamos morrer juntos. Não haverá voltas nem contragolpes que façam com que seja de outra maneira! Asseguro-te que morreremos abraçados, tal como passámos toda a nossa vida. É assim e será assim porque nada neste mundo poderá fazer com que seja de outra forma. 

Já agora, boa noite. Descansa.
Alexandra Oliveira Villar

domingo, 30 de agosto de 2015

Uma boa história nunca acaba #127


Across the universe (2007). Drama. Musical. Fantasia. Um musical inovador que nasce da imaginação da realizadora Julie Taymor e dos argumentistas Dick Clement & Ian La Frenais, que junta a história original e as 33 canções revolucionárias que definiram a geração de 60. O filme desloca-se dos estaleiros de Liverpool para a criativa e psicadélica Greenwich Village, das ruas divididas por motins de Detroit para as zonas de massacre de Vietname. Os desafortunados amantes, Jude e Lucy, juntamente com um pequeno grupo de amigos e músicos, associam-se aos emergentes movimentos anti-guerra e contracultura com "Dr. Roberts" e "Mr. Kite" como seus orientadores. Um filme para descobrir ou redescobrir algumas das músicas que marcaram a década de 60 cheia de sabores e dissabores. Este blog aconselha!


sábado, 29 de agosto de 2015

Histórias com história #12



Suits (2011-). Apesar de brilhante, Mike Ross não terminou a faculdade, já que foi apanhado a vender uma prova de matemática para a filha do reitor. Ele possui uma memória fotográfica e enciclopédica, e acaba por ganhar a vida a fazer provas para outras pessoas, deixando o sonho de ser advogado de lado. Entretanto, sua sorte muda quando ele é contratado por Harvey Specter, um dos adovgados mais reconhecidos e famosos de Nova York. Após uma entrevista acidental com Mike, Harvey fica impressionado com a inteligência e conhecimento de leis do jovem, além do desejo genuíno de se tornar um advogado, portanto coloca-o como seu associado na empresa. Uma série a ter em atenção.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Divulgando #34


Trash is for Tossers é um projecto de Lauren Singer que há três anos decidiu deixar de desperdiçar. Hoje, o que não conseguiu reutilizar cabe num pote de vidro e ela continua a viver ao estilo zero waste, em Nova Iorque. Viver sem fazer lixo. É uma teoria bonita e ecológica, mas considerada quase impossível. No entanto Lauren, enquanto cursava Estudos do Ambiente na New York University, começou a não produzir lixo. No seu blog "Trash is for Tossers" documenta a sua vida sustentável, desde como faz a depilação até à maquilhagem que usa. Todos os liks estão aqui, incluindo a palestra que a jovem deu no TedTalks. No seu blog Lauren partilha todas as suas ideias e ainda alguns produtos alternativos ao plástico. Dêm uma vista de olhos!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Uma boa história nunca acaba #126


O Pátio das Cantigas (2015). Comédia. “Bom dia menina Rosa!” é como arranca o “O Pátio das Cantigas” onde mora a linda balconista Rosa e os seus dois pretendentes: Narciso, um guia turístico poliglota que trabalha noite e dia… e o Evaristo, dono da mercearia gourmet, pessoa de génio agreste e pai da menina Celeste, aspirante a artista de telenovela. Já não tarda o Santo António, e eis o caso nunca visto das tentações do demónio do pátio do Evaristo. Partindo de uma atmosfera do argumento original de António Lopes Ribeiro, Vasco Santana e Francisco Ribeiro, este é um “Pátio das Cantigas” renovado, numa história contemporânea e o primeiro filme de uma trilogia de ‘Novos Clássicos’ que inclui ainda ‘O Leão da Estrela’ e ‘A Canção de Lisboa’. Um filme que já atingiu o record de bilheteiras do cinema português e que está já para sair de cartaz. Para quem ainda não viu, este blog aconselha vivamente!