«-Que estúpida fui, Manuel!
-Não é estupidez, Maya, a isso se chama apaixonar-se pelo amor.
-Como?
-O Daniel é alguém que conheces muito mal. Estás é apaixonada pela euforia que ele provoca em ti.
-Esta euforia é a única coisa que me importa, Manuel. Não posso viver sem o Daniel.
-É claro que podes viver sem ele. Este jovem foi a chave para te abrir o coração. Ser viciado no amor não te arruinará a saúde ou a vida, como o crack ou a vodka, mas tens de aprender a distinguir entre o objecto amoroso, nete caso Daniel, e a excitação de ter o coração aberto.
-Repete lá isso, homem, estás a falar como os terapeutas do Oregon.
-Sabes que passei metade da minha vida com o coração fechado a sete chaves, Maya. Agora começo a abrir-me, mas não posso escolher os sentimentos, pela mesma abertura que entra o amor, desliza o medo. O que te quero dizer é que, se és capaz de amar muito, também vais sofrer muito.»
O caderno de Maya
Isabel Allende
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