Vagueio hoje por outras terras. O meu corpo percorre o que me é estranho. E eu estou desconfortável. Sou desconforto e só quero pôr um ponto final ao universo. Não gosto do incontrolável, do desconhecido. Não conheço sequer a minha pele, é fria, cheira a estranho. Não sou eu. Todo o espírito, porventura, ter-me-á abandonado? Ao estar aqui já não sei o que sou, se alguma vez o soube. Desejo voltar a contorcer-me sobre o meu corpo e entrar de volta no ventre de minha mãe, até ao infinito, porque impossível será morrer quem se negou ao nascer.
Repudio o sol que brilha lá fora, da luz se renasce dizem uns, e eu discordo pela brancura inoportuna que invade este meu quarto pela frincha da janela deixada irresponsavelmente aberta. Mas eu hoje só quero dormir, o sono impede-me de pensar, e esperar que acorde, de novo, envolta em líquido amniótico.
Alexandra Oliveira Villar
Sem comentários:
Enviar um comentário