«-Evidentemente - anuiu o clérigo. - Rodopiava para estar com Deus e pôs os seus discipulos todos a dançar assim para também eles estarem com Deus. Mas todos os homens rodopiam. Pensam que vão a direito, como uma régua, mas andam às voltas, dão voltas a si mesmos. Tudo o que procuram é a sua cauda. (...) Toda a gente, quando viaja, não faz senão o mesmo que este cão que vê aqui a perseguir o rabo. Dá voltas pelo mundo para se ver a si e, quando não consegue, volta a tentar, viaja mais. E reafirmo: tudo o que nós, seres humanos, procuramos é a nossa própria cauda.»
Para onde vão os guarda-chuvas
Afonso Cruz
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