quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Página-a-página #91


«-O inglês então começou a falar de guarda-chuvas, muito emocionado. Disse-me que a sua falecida mulher perdia, com alguma frequência, guarda-chuvas. Mas nunca encontrava nenhum. Para onde vão os guarda-chuvas? São como as luvas, são como uma das peúgas que formam um par. Desaparecem e ninguém sabe para onde. Nunca ninguém encontra guarda-chuvas, mas toda a gente os perde. Para onde vão as nossas memórias, a nossa infância, os nossos guarda-chuvas?, perguntava o inglês.»


Para onde vão os guarda-chuvas
Afonso Cruz

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