«Os dias que compõem a nossa vida são gerados dentro de nós, disse Tal Azizi, como uma gravidez. Quando desejamos alguma coisa que está fora do presente, quando desejamos o futuro, isso faz nascer o embrião do dias seguinte. E esse dia, ó discípulo, vai crescendo dentro de nós, alimentado pelas recordações e pelo desejo de viver, e, passadas umas horas, o dia desponta, naturalmente. E o mesmo sucederá com todos os dias que nos farão velhos. Até, ó devoto, chegar a altura em que nós, gastos, sem desejo, nos esquecermos de desejar o futuro, e o dia seguinte morrerá dentro da nossa barriga.»
Para onde vão os guarda-chuvas
Afonso Cruz
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