terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Página-a-página #100


«-Não faz mal, Knox - continuou, virando-se para a turma - demonstra uma ideia importante. Seja em poesia, seja no que for, em tudo na vida há que preocupar-se com as coisas realmente importantes: o amor, a beleza, a verdade, a justiça. E não há necessidade de limitar a poesia à palavra. Pode haver poesia na música, numa fotografia, no modo como uma refeição é preparada... Tudo pode conter uma revelação. Pode existir nas coisas do dia-a-dia, mas não deve nunca ser vulgar. Escrevam à vontade acerca do céu ou do sorriso de uma rapariga, mas, quando o fizerem, deixem que a vossa poesia evoque a salvação, a perdição, qualquer coisa, não me interessa. O que importa é que ela nos ilumine, nos emocione e, se for inspirada, nos faça sentir um bocadinho imortais.
- Capitão! Meu capitão! - Chamou Charlie. - Há poesia na matemática?
A classe riu-se.
- Claro que sim, Dalton, há... elegância na matemática. Se toda a gente fosse poeta, o planeta morreria à fome! Mas a poesia tem de existir, e nós temos de reparar nela, reconhecê-la na mais ínfima, na mais insignificante das coisas, ou teremos perdido e deixado passar muito do que a vida tem para nos oferecer. »

O clube dos poetas mortos
N. H. Kleinbaum

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