sexta-feira, 18 de julho de 2014

Página-a-página #149


«A vida é movimento ininterrupto, mudança perpétua, e temos de utilizar a ilusão para criar a ideia de que existem coisas estáticas: identidades, corpos, amores, lares, momentos. Achamos que podemos regressar a quem fomos, estar de novo onde estivemos, amar o que amámos. Mas não, nada é exactamente igual, nós não somos nunca nós, mas uma outra versão, mesmo que a diferença seja ligeira.
É apenas uma ilusão, inversa à do cinema, que nos permite sentir que estamos, que somos. Mais correcto seria se disséssemos que passamos e que fomos e seremos.»


À espera de Moby Dick
Nuno Amado

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