quarta-feira, 25 de junho de 2014

Página-a-página #136


«Melodias de piano ressoavam das colunas pelo escritório cheio de livros, no qual todas as noites me sentei com uma caneca de café fumegante, que adormecia, já frio, no final da maratona de escrita. Olhava as lombadas dos livros, organizados por temas, e pensava no quão reféns somos dos livros que lemos, das vozes que lá vivem em folhas povoadas de razão. onde deixamos inquietudes escondidas nas costas das palavras, cúmplices, num pacto para a vida; o eu que lá ficou já não sou eu, nem aquele livro é o tal em que peguei pela primeira vez.»


A Persistência da memória
Daniel Oliveira

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