«Talvez só sejamos nós mesmos quando nos movemos pela intuição, quando nos ouvimos. Somos sempre uma criança a escolher um dos túneis dos labirintos. É uma voz que vem de dentro, sopro de vento no pescoço, veemência no peito, uma certeza sibilina não consumada. Também nos engana, mas age sempre consoante a nossa maior verdade.
Errar também faz parte dessa verdade, mas prefiro errar sendo fiel a quem sou, do que acertar não sendo eu. Neste quarto, com vista para o azul sem fim, inundado de luz e de brasas, não sei quem sou. Às vezes acho que sou pelo menos duas: a mulher que os outros veem e a que se vê a si mesma.»
A Persistência da memória
Daniel Oliveira
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