sábado, 28 de junho de 2014

Uma boa história nunca acaba #88


-It's a good life, Hazel Grace.

The fault in our stars (2014). Drama. Romance. Baseado no livro de John Green traduzido em Portugal como A culpa é das estrelas, este filme conta a história de amor entre uma rapariga chamada Hazel e um rapaz chamado Augustus. A questão é o que é que faz deste filme um filme diferente dos outros? É um romance, como tantos outros; é sobre um rapaz e uma rapariga que se apaixonam; é sobre dois adolescentes, etc, etc, etc. A questão não é o que é que este filme tem em comum com todos os outros mas o que é que ele tem de diferente. Quando eu fui ver o filme eu não sabia exactamente do que estava à espera pois não li o livro e portanto, depois de ver o trailer fiquei a saber exactamente aquilo que disse à bocado e fiquei a saber também que a rapariga tinha cancro (não é spoiler, está no trailer...) portanto pensei que já sabia da história toda e que ia apenas ver mais um romance... Acreditem, não é mais um romance!! É o romance! Eu não sei se este é um daqueles filmes que se adora ou odeia, e nesse caso fui apenas uma das pessoas que adorou, ou se é um filme que posteriormente se torna numa fase do cinema a ser esquecida como o Twilight, não sei! Só sei que toda a gente saiu do cinema comovida e que naquele momento todos nós pensámos no prazer de estarmos vivos naquele momento e que tão cedo não iríamos esquecer aqueles 126 minutos.. ou pelo menos eu não irei. É sem dúvida um filme que quero voltar a ver mais tarde, talvez noutra fase da minha vida para comparar as emoções que tive com as que irei ter. É um filme que fala exactamente daquilo que eu valorizo e que quero transmitir com este blog. É um filme que nos faz rir, que nos faz chorar (muito) e é um filme que nos faz reflectir um bocadinho. É sem dúvida alguma, na minha opinião, um excelente filme. Aconselho a toda a gente!


[Como uma vez alguém disse, "As soon as you finish a film, people want to talk about it. And it's, hum, the film is the talking. The film is the thing. So you go see the film. That's the thing, and it's there and that is it.".]

Página-a-página #139


«Algumas coisas acontecem porque nós queremos que elas aconteçam, outras não. Por exemplo, cair não é uma coisa que se quer que aconteça, mas cair e conhecer alguém, pode ser. Cai-se porque se quer e porque não se quer, mas cair é igual, acontece sempre. E acontecer é sempre uma segurança, mesmo quando não fazemos qualquer ideia do que se passa, connosco ou à nossa volta, estamos sempre a acontecer, e isso parece-me bem, parece-me estável. E decidirmos deixar de acontecer não é nada fácil porque há imensa coisa que tem de se desfazer para se deixar de acontecer: deixar de respirar, deixar de comer, deixar de dormir, deixar de ouvir, deixar de ver, deixar de falar, deixar de conhecer, deixar de gostar, deixar de começar, deixar de pensar, deixar de convidar, deixar de acabar. Deixar não é nada fácil, é como acontecer, por vezes deixa-se porque se quer, por vezes é sem querer, mas deixa-se... Umas vezes faz pena, outras não, outras nem se dá por isso e só muito mais tarde é que percebemos que deixámos...»


odília ou a história das musas confusas
Patrícia Portela

Uma boa história nunca acaba #87


Labor Day (2013). Drama. É o final do verão, vésperas do Dia do Trabalho na cidade de Holton Mills.  Henry é um rapaz de 13 anos, que tem poucos amigos, passa o dia a ler, a ver televisão ou a sonhar acordado. A única companhia de Henry é a sua mãe, Adele (Kate Winslet), uma ex-dançarina divorciada há muito tempo. Adele tem um grave segredo que não lhe permite ser feliz. Mas tudo muda no Dia do Trabalho, quando Frank (Josh Brolin), um homem misterioso e ferido, aproxima-se de Henry e pede a sua ajuda. Nos próximos cinco dias, Henry aprende algumas das lições mais importantes da sua vida: como lançar uma bola de baseball, como fazer uma torta, como não sofrer com a inveja, o poder da traição e a importância de pensar nos outros antes de si mesmo. Um filme intrigante, sem dúvida, que nos relembra que não devemos julgar as pessoas pelas aparências ou por aquilo que os outros dizem delas; que nem sempre as nossas acções vão de encontro àquilo que somos ou pensamos. Vale a pena ver. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Um poema, um pensamento #4


O Me! O Life! - Walt Whitman
Declamado por Seth Hunter Perkins

Página-a-página #138

«-Sabe, senhora dona, diz o Almada Negreiros que só o mistério chega inteiro ao fim. Nem a vontade, nem a saudade, nem o amor poderão dizer o mesmo. Também a vida assim o é, sê-la-á até deixar de o ser. E ei-la, distinta do mistério inteiro e do amor e da saudade imperfeitos, embora resiliente ante a intempérie da existência humana.
-Desculpe, mas creio não estar a acompanhá-lo.
-Há uma incompletude no ser, que raramente é assomada: o tudo querer viver e o tudo crer poder ter vivido é próprio de quem quer pôr prateleiras na vontade e na acção, que quer ser capaz de viver todas as coisas com toda a sua existência, com toda a memória e na posse de todos os sentidos como nunca os teremos conscientemente. Talvez até imaginemos as coisas, todas as coisas, sem a inevitabilidade dos problemas, contanto sejam tão certos como o crepitar da folhagem no outono. Ou mais concomitante ainda: com a certeza da resolução passiva ou ativa de todos eles, os problemas.
Mais um gole de absinto.
-Resta-nos o brio de querer estar acima de nós mesmos, como se nos pudéssemos manipular e dominar como uma marioneta.
Nas reticências de Campos que foi Pessoa, não houve prateleiras nem consequência na vontade, há a memória do que somos em conflito com a memória do que queremos ser. Diz uma velha canção que as reticências são para colocar entre parênteses como se fossem silêncio ricocheteando entre têmporas.


E com esta imagem de qualquer outro poeta fecho a secretária e o poema...
Como um deus, não arrumei nem uma coisa nem outra...»


A Persistência da memória
Daniel Oliveira


Página-a-página #137

«-As deduções primárias são sempre moldadas por quem somos. Um poeta julgará que vê sempre o motivo da acção, o escultor verá primeiro a acção e dali a alma. A senhora dona, ao procurar identificação com as palavras, julga ter visto nelas um pouco de si ou dos seus.
-Ainda que primária, qual é a sua dedução, excelentíssimo Fernando?
-A adjectivação da senhora dona estiola a relevância do conhecimento que das 'Reticências' detenho no fundo do meu ser - refletiu, com a cabeça comprimida entre as mãos. - Pleonásticos o ser e a memória. (...) Pois bem, como saberá, arrumar a vida não é empreitada de fácil monta. Disciplinar rigorosamente o que se pode fazer do que se quer fazer e até do que se deve. Estes conceitos definem toda a nossa existência e por isso, apesar de se vestirem de fáceis palavras, complexos se tornam na execução - declarou Pessoa, engolindo sem esforço mais um trago de absinto.
- A saudade hipoteca o futuro. De cada vez que a saudade nos vence há sempre um pedaço de futuro que se perde, que já aconteceu. Não é possível trazer o passado roubado na algibeira da vida.
(...) - Amar tudo o que foi, mesmo tudo o que já não é, eis a silhueta da saudade.
-E amar tudo o que é, tudo o que vai ser e não saber se tudo o que vai ser chegará a sê-lo. Chegaremos a tempo a tudo o que vai ser? Não será essa uma angustia sem o desígnio da saudade? - Interrompi. Senti a ausência do poeta que, esboçando um sorriso, continuou.
-A inconsequência da avidez não deve desmerecer o propósito de saciá-la.»


A Persistência da memória
Daniel Oliveira

Uma boa história nunca acaba #86


«And I will never, never again run away from life or from love, either.»

Sabrina (1954). Comédia. Drama. Romance. Audrey Hepburn. Sabrina é uma variação do conto da Cinderella que retrata uma fórmula tão bem utilizada nos dias de hoje. A protagonista que desempenha a homónima personagem, a filha do motorista da avantajada família Larrabee, sente-se atraída pelo filho mais novo, David. Contudo ele é um playboy da alta sociedade que se encontra comprometido com a filha de uma família igualmente rica, que servirá para abrir portas aos negócios familiares. Entretanto Sabrina segue para uma escola de culinária em Paris e regressa de forma exuberante, encantando o próprio David, que anteriormente não lhe prestava atenção. O rapaz fica louco por Sabrina, o que não agrada nada à família pelo que o irmão mais velho, Linus, tentará de tudo para encaminhar Sabrina de novo para Paris. Para isso vai fazer de tudo para que ela se apaixone por ele. Ao som da célebre música de Edith Piaf, La Vie en Rose, como símbolo do ambiente parisiense, Sabrina é uma comédia romântica adorável e deliciosa. É um filme com objectivo único de entreter o público, que nos dias de hoje continua a ser uma das melhores comédias românticas de sempre. Absolutamente magnífico!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Lisa Kudrow Commencement Speech 2010

Página-a-página #136


«Melodias de piano ressoavam das colunas pelo escritório cheio de livros, no qual todas as noites me sentei com uma caneca de café fumegante, que adormecia, já frio, no final da maratona de escrita. Olhava as lombadas dos livros, organizados por temas, e pensava no quão reféns somos dos livros que lemos, das vozes que lá vivem em folhas povoadas de razão. onde deixamos inquietudes escondidas nas costas das palavras, cúmplices, num pacto para a vida; o eu que lá ficou já não sou eu, nem aquele livro é o tal em que peguei pela primeira vez.»


A Persistência da memória
Daniel Oliveira

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Página-a-página #135


«Talvez só sejamos nós mesmos quando nos movemos pela intuição, quando nos ouvimos. Somos sempre uma criança a escolher um dos túneis dos labirintos. É uma voz que vem de dentro, sopro de vento no pescoço, veemência no peito, uma certeza sibilina não consumada. Também nos engana, mas age sempre consoante a nossa maior verdade.
Errar também faz parte dessa verdade, mas prefiro errar sendo fiel a quem sou, do que acertar não sendo eu. Neste quarto, com vista para o azul sem fim, inundado de luz e de brasas, não sei quem sou. Às vezes acho que sou pelo menos duas: a mulher que os outros veem e a que se vê a si mesma.»

A Persistência da memória
Daniel Oliveira

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O discurso de Steve Jobs em Stanford, 2005

Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na acção.
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer coisa!
Vou fazer as malas para o Definitivo,
Organizar Álvaro de Campos,
E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem - um antes de ontem que é sempre...
Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.
Sorrio ao menos; sempre é  alguma coisa o sorrir...
Produtos românticos, nós todos...
E se não fôssemos produtos românticos, se calhar não seríamos nada.
Assim se faz a literatura...
Santos deuses, assim se faz a vida!
Os outros também são românticos,
Os outros também não realizam nada, e são ricos e pobres,
Os outros também levam a vida a olhar para as malas a arrumar,
Os outros também dormem ao lado dos papeis meio compostos,
Os outros também sou eu.
Vendedeira da rua cantando o teu pregão como um hino inconsciente,
Rodinha dentada na relojoaria da economia política,
Mãe, presente ou futura, de mortos no descascar dos Impérios,
A tua voz chega-me como uma chamada a parte nenhuma, como o silêncio da vida...
Olho dos papéis que estou pensando em arrumar para a janela,
Por onde não vi a vendedeira que ouvi por ela,
E o meu sorriso, que ainda não acabara, inclui uma crítica a metafísica.
Descri de todos os deuses diante de uma secretária por arrumar,
Fitei de frente todos os destinos pela distracção de ouvir apregoando,
E o meu cansaço é um barco velho que apodrece na praia deserta,
E com esta imagem de qualquer outro poeta fecho a secretária e o poema...
Como um deus, não arrumei nem uma coisa, nem outra...
Álvaro de Campos

terça-feira, 17 de junho de 2014


Página-a-página #134


«Todas as dores persistem. Todos os amores subsistem. Percebes a pungência de cada coisa? O que fica para ti não são os momentos, mas a emoção que sentiste ao viveres aquilo que acontece. Comigo não. Tudo prevalece. A recordação em estado puro: uma canção, um adeus ou a primeira frase de um livro. Ou tudo em simultâneo, como se todas as coisas e acontecimentos dialogassem entre si. A ideia da morte permanece em mim com a mesma intensidade das boas memórias (é o esquecimento que nos torna felizes). Ninguém é morto ou está morto. Ser ou estar implica existência. A morte é a ausência, já não está, já não é. Só no domínio do pensamento será ou viverá o ausente. Da vida, só a própria faz parte.»
A Persistência da memória
Daniel Oliveira

Histórias com história #3


Parenthood (2010-). Série americana que retrata a história da família Braverman. Desde Zeek e Camille, membros mais velhos até aos seus quatro filhos Adam, Sarah, Crosby e Julia e aos seus netos, Max, Haddie, Amber, Drew, Jabbar, Sydney, Victor, Nora e Aida, o membro mais recente da família. É também sobre Joel, o marido de Julia, Kristina, a mulher de Adam, Jasmine, mulher de Crosby, entre outros. Entre assuntos como doença, traição, separação, desemprego, dependência, ser-se mãe solteira, etc, o que esta família mais nos ensina é a arte de amar, o significado da união, da comunidade e o verdadeiro valor da palavra família. É sem dúvida uma excelente série, digna de ser vista por todas as idades e por todo o mundo, porque tal como o próprio nome indica, é sobre ser-se pais e tudo o que isso implica. Neste momento vai a caminho da 6ª temporada. Aconselha-se!!!




Página-a-página #133


«Todo o mundo é feito de antagonismos: bonito, feio, certo, errado, bom, mau, quente, frio, alto, baixo, seco, molhado, e por aí fora. Sempre associei a doença de Alzheimer a um final de festa, em que as luzes se vão apagando até à negritude total. Nesta metáfora, a festa terá sido a vida, pelo menos assim foi para Eva Lacerda, pintora que atravessou com relativa fama nacional toda a segunda metade do século vinte e que eu procurei em Lisboa (...)
-Sabe, a vida é como um jogo de xadrez -disse-me. - Você conhece as regras: começar/nascer, jogar/viver e acabar/morrer e sabe, ou deverá saber, que todas as suas jogadas têm consequências no jogo. Umas maiores, outras menores, mas todas têm. E que, à sua frente, está um adversário que, no caso da vida, podemos acreditar que seja tudo aquilo que acontece. Daí ser tão importante uma estratégia. Se jogarmos/vivermos sem objectivos, as nossas decisões tornam-se meramente relativas e acabamos por fazer o jogo do adversário e não aquele que desejaríamos. (...) Sabe, às vezes a melhor defesa é mesmo a defesa.»


A Persistência da memória
Daniel Oliveira

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Página-a-página #132


«Olhamos para as palavras para nos olharmos, como se fôssemos mais o que lemos do que aquilo que sentimos mas, neste domínio, não é a dialéctica que me resolve os problemas.
As memórias comuns têm o poder de sublimar a nobreza que aos atos escasseia, a dor feita cicatriz que o corpo apagou. Comigo não. Todos os dias me lembrei de ti. Me lembrei de nós. De nós, como queríamos ser. De nós, como sonhámos. Das nossas mãos que imaginávamos velhas e rugosas, com as marcas sanguíneas das alianças.
(...)
Há homens a quem  falta a coragem de serem felizes, homens com minúscula que preferem a nobreza da solidão pela pacifica falta de ambas. Nem felizes, nem sós.»

A Persistência da memória
Daniel Oliveira

sábado, 7 de junho de 2014

Bom fim-de-semana a todos!



The mountain - TSO photography

Não tropecem tanto na vida e reparem na magia que nos rodeia todos os dias por toda a parte. Bom fim-de-semana a todos os seguidores!

quinta-feira, 5 de junho de 2014


Página-a-página #131


«Se eu tivesse coração (como aprendi mais tarde que todos os Homens Espaciais têm), este teria parado. Mas felizmente as emoções no Mundo Plano são simples sequências de palavras fortes, não envolvem alterações do estar, e por isso consegui continuar a pensar.
O movimento é a medida de tempo constante dos Seres Espaciais! Os Homens Espaciais ocupam Espaço! Nós apenas existimos mas vocês ocupam Espaço!
Os Homens Espaciais são letras cheias.
Pontos com coisas lá dentro. Com volume!
Eu precisava de volume.
Vocês têm VOLUME.
Vocês têm uma parte de dentro e uma parte de fora que provoca movimento. Movimento sem letras, no Espaço! Movimento com volume e sem chão! Um movimento em suspensão!
Eu consigo ir para norte, sul, este, oeste, noroeste, nordeste, sudeste, sudoeste, e por aí fora, mas vocês conseguem ir para cima e para baixo! Vocês, quando saem de casa, vão para cima e não para norte!»
Para cima e não para norte
Patrícia Portela

terça-feira, 3 de junho de 2014

Uma boa história nunca acaba #85


«One day you'll be free.»

Breathe in (2013). Drama. Romance. Um dos filmes seleccionados para o festival Sundance de 2013. Retrata a história de uma família que acolhe uma estudante de intercâmbio, e de como as suas vidas são afectadas por essa chegada. O filme aborda vários temas como a juventude irremediavelmente perdida, o amor, a culpa, a família, o desejo, entre outros. "As músicas mais bonitas são aquelas que chegam ao coração de alguém que nos entende". Este blog aconselha!


segunda-feira, 2 de junho de 2014

Um desafio por mês #19


Junho #7

Se um dia formos gaivotas deambularemos de volta para mergulhar no barulho insidioso da cidade, correndo o rio até ao nascer das águas para bebermos juntos da fonte dos versos rascunhados nas ruas do nosso refúgio. Seremos asas dos sonhos da nossa juventude na sabedoria dos anos da nossa velhice para voltarmos ao início da estória de um Pedro e de sua Inês.
Se um dia formos gaivotas acordaremos do sal à sombra da luz e sob penas choraremos a felicidade de um novo dia, renasceremos para morrer outra vez. Seremos ave que rasga impiedosamente o seio da sua mãe por entre as ruas encruzilhadas na vontade e na angústia. De cada jardim brotarão águas límpidas do ventre que nos fecundou e cada azul das águas será o entardecer da nossa cidade num refrescar de brisa salgada que nos alimenta. Viveremos, no entretanto, profundamente cada sobressalto do voo que rasa a loucura do corpo nas ânsias da alma. Se um dia formos gaivotas, voaremos.
Alexandra Oliveira Villar