terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Página-a-página #173


«(...) Repara bem, a possibilidade de, a um nível elementar de criação da realidade, ocorrerem primeiro os efeitos e depois as causas tem consequências incrivelmente contra-intuitivas. O que isto significa é que a consciência hoje e no futuro tem aparentemente o poder de em parte gerar a realidade física do passado, e em particular o passado referente ao tempo em que não havia ainda seres conscientes no universo. Ou seja, enquanto o universo não gerou consciência, o Big Bang não passou de uma espécie de acontecimento virtual, quase como se fosse uma onda em que todas as potencialidades se acumulam em paralelo. Só tornou real uma dessas potencialidades, a história anterior do universo. De certo modo não é apenas o passado que gera o futuro, mas o futuro que também gera o passado. O acto de observar a realidade não só cria parcialmente a realidade de hoje mas também cria o passado que tornou possível a realidade de hoje. É como se futuro e passado se criassem mutuamente e ambos fossem indeterminados: tal como há vários futuros possíveis, existem vários passados possíveis."»
A Chave de Salomão
José Rodrigues dos Santos

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