segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Página-a-página #170

«"Maya é uma palavra que os budistas usam para exprimir ilusão, no sentido de algo que é diferente do que parece. Buda disse que o sofrimento humano era provocado pela falsa noção do eu, pelo que o sofrimento só acaba se nos libertarmos dos desejos e das ligações que constantemente recriam esse eu ilusório."
"Quer dizer que o eu interior não existe?" admirou-se ela. "A minha consciência não passa de pura ilusão? Isso é absurdo!"
"Claro que o eu interior existe, cada um de nós sabe que ele existe", apressou-se Tomás a retorquir. "O que se passa é maya, ou seja, existe mas não é o que parece. O eu interior constitui apenas um nome convencional que se dá a um fenómeno complexo que emerge da actividade do cérebro. Buda explicou que tudo depende de tudo e que nada é independente. A impressão de que existe um eu interior independente do meu corpo é maya, da mesma maneira que a impressão de que eu sou uma coisa, tu és outra e o universo é outra também é maya.»

A Chave de Salomão
José Rodrigues dos Santos

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