sábado, 31 de janeiro de 2015

Histórias com história #8


Brothers and Sisters (2006-2011). Drama. Esta série é sobre uma trama familiar que se complica quando o patriarca da família morre e os segredos começam a vir ao de cima. William e Nora Walker são pais dedicados que representam, para seus filhos, o modelo de união perfeita. Os seus cinco filhos buscam o equilíbrio nas suas vidas e encontram nos pais o porto seguro. Tommy é o filho leal e provável herdeiro dos negócios da família. Sarah é a executiva que luta para balancear a carreira profissional com a maternidade. Kevin, o advogado gay, está a aprender sobre o amor, enquanto Justin, o mais novo da família, é atormentado por vícios e traumas de guerra. E Kitty, a "queridinha" do pai, que tem dificuldades no relacionamento com sua mãe. Estas personagens são interpretados por um elenco de peso que inclui nomes como Sally Field, Calista Flockhart e Rob Lowe. Mais uma série sobre a família que este blog recomenda!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Página-a-página #180

«-A inveja é a religião dos medíocres. Reconforta-os, responde às inquietações que os roem por dentro e, em última análise, lhes apodrece a alma e lhes permite justificar a sua mesquinhez e cobiça a ponto de acreditarem que são virtudes e que as portas do céu se abrirão apenas aos infelizes como eles, que passam pela vida sem deixar outra marca que não seja a das suas mal-amanhadas tentativas de amesquinhar os outros e de excluir e, se possível for, destruir aqueles que, pelo simples facto de existirem e serem quem são, põem em evidência a sua pobreza de espírito, mente e entranhas. Bem-aventurado aquele a quem os cretinos ladram, porque a sua alma nunca lhes pertencerá.»


O Jogo do Anjo
Carlos Ruiz Zafón

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Uma boa história nunca acaba #112


The Imitation Game (2014). Biografia. Drama. Thriller. Durante o inverno de 1952, as autoridades britânicas entraram na casa do matemático, criptoanalista e herói de guerra Alan Turing para investigar um assalto. Em vez disso, prenderam Turing por atentado ao pudor, uma acusação que levaria à sua devastadora sentença pela ofensa criminal de homossexualidade - mal sabiam as autoridades que estavam a incriminar o pioneiro da computação moderna. Na liderança de um grupo de académicos, linguistas, campeões de xadrez e analistas, Turing foi reconhecido por quebrar o até aí indecifrável código da Enigma, a máquina utilizada pelos alemães na Segunda Guerra Mundial. 2015 traz consigo mais uma biografia incrível de um homem incrível, ou não fosse ele matemático! Palavras para quê? Vejam! É tudo!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Trilogia: O cemitério dos livros esquecidos

Hoje venho-vos falar de livros. Acabei de perceber que existe uma trilogia de livros do autor Carlos Ruiz Zafón chamada "O cemitério dos livros esquecidos". Dessa trilogia fazem parte A sombra do vento, que já li, O jogo do anjo (que por acaso estou a ler neste momento) e O prisioneiro do céu. Eu comecei a ler Zafón precisamente por causa do livro A Sombra do vento que me despertou a atenção pelo enredo envolvente. Passado quase um ano desde essa leitura que encontrei uma promoção com 50% de desconto em vários livros, um deles O jogo do Anjo. E pensei, "bem, já que gostei tanto do outro livro talvez devesse comprar mais um livro do mesmo autor para ver se gosto realmente ou se apenas gostei daquele livro em particular pela história que continha"... Já ao longo desta leitura me deparei várias vezes com a livraria Sempere e Filhos e com uma menção ao cemitério dos livros esquecidos mas nem sequer me passou pela cabeça que este livro pudesse estar de algum modo relacionado com o anterior... Pensei que, tal como José Rodrigues dos Santos escolhe para personagem dos seus livros o Tomás Noronha, que este autor também gostasse de referir os mesmos locais, visto as histórias passarem-se em Barcelona. Pensei que fosse uma espécie de cenário que ele tivesse inventado para todos os seus livros. E então, estava eu numa pesquisa aqui pela Internet e vejo uma referência a esta trilogia. Agora tudo faz mais sentido! Mas se eu soubesse da sua existência não teria deixado passar tanto tempo entre as leituras de um livro e de outro porque já não tenho a história do primeiro assim tão fresca na minha memória... Portanto agora mal posso esperar por comprar o último livro da trilogia, O prisioneiro do Céu. Se alguém  souber de alguma promoção da qual este livro faça parte por favor digam nos comentários! E digam-me também se era a única a não saber da existência desta trilogia ou se vocês também são distraídos como eu :b Até à próxima!

A Chave de Salomão - Booktrailer



Acabei de descobrir que existem book trailers de alguns dos livros de José Rodrigues dos Santos e portanto, para quem estiver interessado em saber mais sobre o assunto do livro, ou apenas por curiosidade, aqui fica o trailer do último livro publicado A Chave de Salomão.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Página-a-página #179

«Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita umas moedas ou um elogio a troco de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente no sangue o doce veneno da vaidade e acredita que, se conseguir que ninguém descubra a sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de lhe dar um tecto, um prato de comida quente ao fim do dia e aquilo por que mais anseia: ver o seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente lhe sobreviverá. Um escritor está condenado a recordar esse momento pois nessa altura já está perdido e a sua alma tem preço.»
O jogo do anjo
Carlos Ruiz Zafón

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Uma boa história nunca acaba #111


The Kite Runner (2007). Drama. Baseado no livro de Khaled Hosseini, O menino de Cabul, como foi traduzido para português, conta-nos a história de Amir e Hassam, dois amigos que vivem na cidade de Cabul em 1978. O filme aborda a relação entre estes dois amigos que tem como pano de fundo os conflitos envolventes no Afeganistão das últimas décadas. Este blog aconselha!

sábado, 24 de janeiro de 2015

Página-a-página #178

«A natureza abomina o vazio, ou dito numa língua morta: natura abhorret vacuum. Mas que ele exista, existe. Parece que o Nada, a existir, deixa de ser Nada para ser alguma coisa. A natureza não gosta de espaços vazios e preenche-os como um burocrata preenche requerimentos. Não deixa buracos em lado nenhum. Mesmo os lugares mais rarefeitos, como o espaço sideral e a estupidez humana, são preenchidos por alguma coisa: luz, metais leves, preconceitos, partículas e subpartículas dos átomos, radiações, chavões e telenovelas. A natureza enche chouriços, não há espaço vazio nas suas tripas. Um homem olha à sua volta e não encontra nada que não esteja já ocupado. Assim pensam os homens com a razão e a lógica que se passeia nos interstícios dos seus cérebros cinzentos, nessas dobras confusas que se assemelham a um intestino redondo ou a uma noz. Mas os homens que pensam com os sentimentos, têm outra lógica a nadar-lhes nas veias e artérias. Esses acreditam no vazio porque o vêem a toda a hora dentro de si.»
Jesus Cristo bebia cerveja
Afonso Cruz

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

TAG: Livros opostos

Primeiro vs último livro que compraste:
Não me lembro ao certo qual o primeiro livro que comprei mas talvez tenha sido Uma aventura no Algarve. Lembro-me que a minha pequena aventura literária começou pela série Uma aventura das escritoras Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães portanto se não foi esse, há-de ter sido um outro da colecção. O último livro que comprei foi A livraria noite e dia do Senhor Penumbra de Robin Sloan numa promoção que a Bertrand fez.

Um livro que pagaste caro vs um livro que pagaste barato:
Ora bem, o livro mais barato que eu comprei até hoje foi Um dia de David Nicholls pelo qual paguei um euro numa feira de livros usados em Lisboa e o livro que paguei mais caro até hoje penso que tenha sido Folhas de erva de Walt Whitman pelo qual dei uns bons trinta euros.

Um protagonista homem vs uma protagonista mulher:
Para esta categoria vou escolher precisamente Christopher McCandless de Into the wild ou Na natureza selvagem, como foi traduzido para português, e vou escolher, dentro do mesmo género, Cheryl Strayed do livro Wild ou Livre (em português). São ambos livros biográficos e são de um género do qual eu gosto portanto, por serem baseados em factos reais são talvez os personagens que mais me digam alguma coisa.

Um livro que leste muito rápido vs um livro que demoraste algum tempo a ler:
Um livro que li muito rápido foi Para onde vão os guarda-chuvas de Afonso Cruz, que apesar de ainda ser um livro grandito, tem capítulos muito pequenos que se lêem de uma assentada. Um livro que demorei algum tempo a ler foi Mrs. Dalloway de Virgina Woolf, que como sabem, retomei a leitura há pouco tempo mas já tinha tentado ler antes e ficou pela metade portanto, como só o retomei passado uns dois anos desde a primeira vez, acho que foi o livro que mais tempo levei a ler.

Uma capa bonita vs uma capa feia:
Uma capa que eu considero bonita na minha estante é, por exemplo, A rapariga das laranjas de Jostein Gaarder e uma que considero feia é, do mesmo autor, O enigma e o espelho. Ambas são da editora Presença.

Um livro português vs livro estrangeiro:
Um livro português que habita na minha estante é, por exemplo, A persistência da memória de Daniel Oliveira e um livro estrangeiro é, por exemplo, Predadores de Pepetela.

Um livro fininho vs um livro grosso:
Um livro fininho que habita na minha estante é O sorriso aos pés da escada de Henry Miller, que tem cerca de  sessenta páginas e um livro grande é A montanha mágica de Thomas Mann que tem oitocentas e quarenta páginas.

Um livro de ficção vs não-ficção:
Um livro de não ficção pode ser Pense e fique rico de Napoleon Hill e de ficção Uma terra distante de Daniel Mason.

Um romance vs um livro de acção:
Um romance, como não podia deixar de ser, de Nicholas Sparks, é Quem ama acredita. Um livro de acção é que já é mais complicado... A Chave de Salomão de José Rodrigues dos Santos, acho que deve ser o mais próximo que consigo arranjar...

Um livro que te deixou feliz vs um livro que te deixou triste:
Um livro que me deixou triste foi Á primeira vista de Nicholas Sparks porque é uma continuação de um outro livro dele em que o primeiro acaba bem mas o autor achou que aquela história de amor não podia acabar bem e então publicou uma continuação do romance em que acaba mal.... Um que me deixou feliz foi O mistério do jogo das paciências de Jostein Gaarder.

E pronto, acho que desta vez já vos mostrei livrinhos mais variados que habitam lá por casa. Espero que tenham gostado. Até à próxima!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Página-a-página #177

«Uma criança recém-nascida, julga-se infinita. Não sabe onde é que acaba, onde é que tem os seus limites. Depois, descobre os pés e fica fascinada. É um bebé que se depara com os seus limites: Ah, é então aqui que finda o meu corpo. E, aos poucos, o mundo vai-se tornando maior, porque a criança se vai tornando mais pequena: antes era tudo e agora não vai além dos pés. Vai-se contraindo. O ego vai-se arrepiando num pontinho e deixando espaço para que as coisas possam existir à sua volta. Surge o Eu e o Tu. A criança cria essa distância, e o melhor que se pode esperar é que essa distância mantenha alguma proximidade. Mas tudo isso faz parte do crescimento, tal como faz parte do encolhimento e da expansão do universo.»
Jesus Cristo bebia cerveja
Afonso Cruz

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Página-a-página #176


«(...) E a mãe da Rosa foi-se, que é como se tivesse morrido. A morte, meu amigo, é uma curva na estrada, é o lugar mais distante, onde não há correios nem telefone. As pessoas, quando se afastam, ficam como a paisagem, como os arbustos, ou como uma vaca a pastar. A mãe da Rosa apartou-se da nossa visão, da visão e dos olhos de quem a amava. Não é isso morrer? A ausência e a morte dos familiares chegados. Ela foi para Lisboa crescer ou minguar, como faz a lua. Sobre este veredicto só Deus, ou o tempo, fará juízo. Repare o senhor que estar ausente tem, na prática, o mesmo efeito de estar enterrado e bem morto. Não para a própria pessoa, bem entendido, mas para os outros: é uma completa falta de nexo.Esperamos reencontrar essa pessoa, mas esse reencontro em que todos temos esperança é o mesmo sentimento que nós, cristãos, sentimos tendo fé na Ressurreição. Mas se esse reencontro não se der em vida, não é precisamente o mesmo, exactamente o mesmo, que uma ausência?»
Jesus Cristo bebia cerveja
Afonso Cruz

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

De comando na mão #5


Literatura Agora é isso mesmo, um programa de Literatura com apresentação de Pedro Lamares. A palavra escrita está portanto em primeiríssimo lugar. Cada episódio tem dois momentos de elogio à obra literária, com excertos de poesia e de prosa escolhidos e ditos por Pedro Lamares e Filipa Leal. A eles se juntam reportagens com a ambiciosa pretensão de abarcar o vasto universo da literatura: quem a escreve, quem a diz, quem a serve, quem a traduz e quem a guarda. A literatura na música, no cinema, no quotidiano e como inspiração para os mais variados criadores. Ao longo de cada emissão, tempo ainda para abordar alguns dos grandes temas da literatura, bem como a história e as estórias de livrarias, bibliotecas e outros tantos espaços com livros dentro. Estreou este mês na RTP2 e já está disponível online. Vou deixar aqui o link para os interessados. Para quem quer ver em primeira mão, dá às terças-feiras às 23h e tem a duração de aproximadamente 30minutos.

O ano miraculoso de Einstein

domingo, 18 de janeiro de 2015

Página-a-página #175

«(...) A vida das pessoas acaba assim e Matilde nem sequer tem consciência de que morreu uma das suas mortes. De cada vez que deixamos de ser percebidos, morremos. Quando somos enterrados deixamos de ser percebidos por toda a gente, mas quando os outros já não olham para nós, ficaram condenados para um número limitado de pessoas, a uma morte em tudo idêntica à outra. A nossa morte não acontece quando somos enterrados, acontece continuamente: os dentes caem, os joelhos solidificam, a pele engelha-se, os amigos partem. Tudo isso é a morte. O momento final é apenas isso, um momento.»
Jesus Cristo bebia cerveja
Afonso Cruz

sábado, 17 de janeiro de 2015

Histórias com história #7


Masters of Sex (2013 -). Série de televisão estadunidense baseada na biografia de Thomas Maier. A série segue a história de Dr. William Masters e Virgínia Johnson, dois pioneiros na sexualidade humana. É certo de que já muito se sabe sobre a maternidade, sobre a gravidez, sobre as relações entre casais, mas e o sexo? O que se sabe verdadeiramente sobre o sexo? É a esta questão que a Masters tenta dar resposta. Uma série de medicina um pouco diferente do normal. Curiosos?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

TAG: Doenças Literárias

Diabetes: Um livro muito doce.
Um livro que me soube muito bem ao ler, talvez por ter sido uma leitura de Verão, lida ao sol, na praia, foi Uma Villa em Itália de Elizabeth Edmondson. Aconselho vivamente para leitura de Verão!

Varicela: Um livro que leste uma vez e juraste para nunca mais.
Inevitavelmente, para quem acompanha o blog, já sabe que a minha resposta irá ser A Metamorfose de Kafka... Simplesmente não me disse nada, não é para mim!

Sarampo: Um livro contagioso.
Um livro que contagia, a meu ver, é um livro que nos diz alguma coisa, que assim que o lemos só queremos dizer ao mundo inteiro para ler e portanto vou escolher A rapariga que roubava livros de Markus Zuzak. Se ainda não leram, aconselho vivamente a pensarem no assunto!!!

Insónia: Um livro que leste pela noite dentro.
Para esta categoria escolhi A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafon porque me lembro de não conseguir parar de ler. O enredo estava de tal forma construído que me era difícil parar de o ler. Muito bom!

Amnésia: Um livro que leste e não te lembras.
Por acaso no outro dia pensei neste livro porque li recentemente O velho que lia romances de amor de Luis Sepúlveda e achei que o tema me era famíliar. Estou a falar de A cidade dos Deuses selvagens de Isabel Allende que eu li há uns bons anos e tenho uma ideia do que falava mas a história em si já não me lembro...

Asma: Um livro que te tirou o folgo.
Para esta categoria pensei num livro em que tivesse chegado ao fim e tivesse pensado: UAU! E então escolhi, como não podia deixar de ser A fórmula de Deus de José Rodrigues dos Santos.

E pronto, aqui está mais uma TAG. Eu sei que a maior parte dos livros que aqui referi já os tinha mencionado antes noutras tags mas está difícil encontrar uma TAG que tenha perguntas 'diferentes'. Prometo que vou tentar daqui para a frente seleccionar melhor as tags bem como os livros que escolho. Já sabem, quem quiser está à vontade para responder a esta tag e até à próxima!


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Página-a-página #174

«-É no ácido desoxirribonucleico que devem procurar os vossos segredos.O homem é que é um Deus e no centro do seu universo tem um ácido impronunciável que, na verdade, é a abreviatura de uma das  palavras mais longas do mundo, o nosso próprio nome, um código feito com quatro blocos,  quatro letras, e que nos define enquanto persona, que nos caracteriza o Eu. O nosso Deus abscôndito não passa de um ácido.»


Jesus Cristo bebia cerveja
Afonso Cruz

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Uma boa história nunca acaba #110


Under the Tuscan Sun (2003). Comédia. Drama. Romance. Esta comédia romântica gira em torno da personagem Frances, uma escritora recém divorciada que compra uma casa na Toscana à espera de começar uma nova vida e ultrapassar o bloqueio criativo a que a conduziu o trauma do divórcio. Sem dúvida que é um bom filme para começar o ano, pois a temática, como já referi, são os novos começos e as oportunidades. Não deixem portanto de ver! O facto de ser em Itália, com paisagens de sonho também ajuda. Sem dúvida um filme que nos faz agradecer os pequenos prazeres da vida e que nos mostra que a família e o amor podem estar em qualquer lugar desde que saibamos abrir o nosso coração.

omentári

Mumford and Sons - I will wait


terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Página-a-página #173


«(...) Repara bem, a possibilidade de, a um nível elementar de criação da realidade, ocorrerem primeiro os efeitos e depois as causas tem consequências incrivelmente contra-intuitivas. O que isto significa é que a consciência hoje e no futuro tem aparentemente o poder de em parte gerar a realidade física do passado, e em particular o passado referente ao tempo em que não havia ainda seres conscientes no universo. Ou seja, enquanto o universo não gerou consciência, o Big Bang não passou de uma espécie de acontecimento virtual, quase como se fosse uma onda em que todas as potencialidades se acumulam em paralelo. Só tornou real uma dessas potencialidades, a história anterior do universo. De certo modo não é apenas o passado que gera o futuro, mas o futuro que também gera o passado. O acto de observar a realidade não só cria parcialmente a realidade de hoje mas também cria o passado que tornou possível a realidade de hoje. É como se futuro e passado se criassem mutuamente e ambos fossem indeterminados: tal como há vários futuros possíveis, existem vários passados possíveis."»
A Chave de Salomão
José Rodrigues dos Santos

domingo, 11 de janeiro de 2015

Uma boa história nunca acaba #109


The Maze Runner (2014). Acção. Mistério. Ficção científica. Num cenário pós-apocalíptico, um rapaz acorda preso num labirinto misterioso, sem memória. Passado algum tempo a única coisa de que tem memória é do seu nome: Thomas. Juntamente com uma comunidade de rapazes, na mesma condição que ele, terá de juntar os fragmentos do seu passado com as pistas que descobre no labirinto para resolver o enigma e revelar o segredo de quem os colocou ali e por que razão. Produzido pela 20th Century Fox, Correr ou morrer, assim traduzido para português, baseia-se no primeiro romance de uma triologia de James Dashner.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Página-a-página #172

«"As experiências científicas mostram que, de certo modo, a consciência cria parcialmente a realidade", insistiu ele, batendo de novo na mesma tecla. "Os fotões, os electrões, os átomos e as moléculas não existem enquanto partículas a menos que sejam observados! Estou a repetir essa ideia, e repeti-la-ei até à exaustão sempre que falarmos neste assunto, porque a descoberta é de tal modo bizarra e inacreditável que é normal deixarmos de a ter presente quando lidamos com a realidade do dia-a-dia e regressamos facilmente ao modo mais tradicional de pensar. Julgamos que as coisas existem por si mesmas e independentemente de nós que de um lado estamos nós e do outro está o mundo, e afinal descobrimos que, sem a consciência que observa a realidade, as coisas não existem realmente como nós pensamos. Não há realidade independente da observação."»
A Chave de Salomão
José Rodrigues dos Santos

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Página-a-página #171

«"O psi foi adoptado na física como o símbolo da função de onda, talvez a mais bizarra das descobertas alguma vez feitas pela ciência. A função de onda descreve uma característica da matéria ao nível mais elementar, o subatómico, e permite que um fotão, um electrão, um átomo ou até uma molécula esteja em múltiplos sítios ao mesmo tempo. Em última instância, a função de onda veio revelar-nos que a realidade só existe porque nós a criamos." Pousou a ponta do indicador na sua própria testa. "Tal como a imagem do arco-íris ou o som da árvore que cai na floresta onde ninguém ouve, a realidade é psique, está na mente. O psi situa-se no centro do problema no sentido em que simboliza a função de onda, a misteriosa solução da famosa equação de Schrõdinger."
(...)  "No limite, se não houvesse ninguém para olhar para a Lua, ela pura e simplesmente não existiria."»
A Chave de Salomão
José Rodrigues dos Santos

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

(...) O que vale a minha vida? No fim (não sei que fim)
Um diz: ganhei trezentos contos,
Outro diz: tive três mil dias de glória,
Outro diz: estive bem com a minha consciência e isso é bastante...
E eu, se lá aparecerem e me perguntarem o que fiz,
Direi: olhei para as cousas e mais nada.
E por isso trago aqui o Universo dentro da algibeira.
E se Deus me perguntar: e o que viste tu nas cousas?
Respondo: apenas as cousas... Tu não puseste lá mais nada.
E Deus, que apesar de tudo é esperto, fará de mim uma nova espécie de santo. (...)


Poemas Inconjuntos
Alberto Caeiro

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

1984 - Thug Notes Summary and Analysis



Como eu referi, no final do ano, passado que queria ler este ano o clássico 1984 de George Orwell, resolvi partilhar este pequeno vídeo do canal do youtube Wisecrack que conta, de maneira resumida, divertida e diferente do que trata o livro. Atenção a quem não leu pois contém spoilers! Para quem não tem intenções de ler, é um vídeo informativo para terem uma ideia do assunto e da história do livro. 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Página-a-página #170

«"Maya é uma palavra que os budistas usam para exprimir ilusão, no sentido de algo que é diferente do que parece. Buda disse que o sofrimento humano era provocado pela falsa noção do eu, pelo que o sofrimento só acaba se nos libertarmos dos desejos e das ligações que constantemente recriam esse eu ilusório."
"Quer dizer que o eu interior não existe?" admirou-se ela. "A minha consciência não passa de pura ilusão? Isso é absurdo!"
"Claro que o eu interior existe, cada um de nós sabe que ele existe", apressou-se Tomás a retorquir. "O que se passa é maya, ou seja, existe mas não é o que parece. O eu interior constitui apenas um nome convencional que se dá a um fenómeno complexo que emerge da actividade do cérebro. Buda explicou que tudo depende de tudo e que nada é independente. A impressão de que existe um eu interior independente do meu corpo é maya, da mesma maneira que a impressão de que eu sou uma coisa, tu és outra e o universo é outra também é maya.»

A Chave de Salomão
José Rodrigues dos Santos

domingo, 4 de janeiro de 2015

Uma boa história nunca acaba #108


Magic in the Moonlight (2014). Comédia. Romance. Escrito e dirigido por Woody Allen, Magia ao luar, como foi traduzido para Portugal, tem como protagonistas Colin Firth e Emma Stone e passa-se nos anos 30. Tudo começa com um dos mais célebres mágicos da sua época, Wei Ling Soo, conhecido pelos seus números espectaculares. O que poucos sabem é que por detrás daquela carismática personagem existe Stanley, um inglês de poucas palavras que olha o mundo com cinismo e falta de fé. Certo dia, no final de um espectáculo, é abordado por Howard, amigo de longa data, que lhe pede para ir consigo até França para desmascarar uma suposta médium que conquistou as atenções de uma família abastada. Sophie, a rapariga em questão, instalou-se na mansão dos Catledge porque a matriarca está convencida de que, com a sua ajuda, poderá comunicar com o falecido marido. Apesar de Stanley a considerar uma fraude desde o inicio, a verdade é que, para seu assombro, ela demonstra possuir poderes que desafiam todas as explicações científicas. A pouco e pouco, seduzido pela fraqueza e encanto de Sophie, aquele homem pragmático descobre um mundo totalmente novo e cheio de mistérios. Assim, ao mesmo tempo que as certezas de Stanley começam a cair por terra, abrem-se as brechas no seu coração... É um filme bastante estruturado. Ao contrário dos últimos filmes que vi de Woody Allen, este surpreendeu-me pela positiva. Parece ser um filme bastante óbvio à primeira vista e eis que nos surpreende pela reviravolta que leva já perto do final. É um romance interessante e que fala de temas como a magia, o propósito da existência, o oculto, entre outros. Este blog aconselha!

sábado, 3 de janeiro de 2015

De comando na mão #4

Alta definição. Como é óbvio não podia deixar de falar neste programa. Assim que criei esta nova etiqueta dos 'Programas Televisivos' já tinha algumas ideias de quais os programas que queria divulgar, se é que há alguém que nunca tenha ouvido falar neste programa. É considerado pela maioria o melhor programa de entrevistas da televisão portuguesa. Apresentado por Daniel Oliveira, tem como entrevistados políticos, escritores, cantores, actores, apresentadores, entre outros. As entrevistas são gravadas em alta definição, num local especial escolhido pelo entrevistado. Cada programa pretende ser um retrato biográfico do convidado(a), que é desafiado(a) a apresentar-se sem maquilhagem, na sua mais pura essência. Ganhou o prémio de melhor programa Social na primeira gala de prémios da TV 7 dias. Com tamanho sucesso já foram lançados três livros relativamente ao programa. É sem dúvida alguma um programa a não perder, semanalmente na Sic ou Sic Mulher.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Página-a-página #169


«(...) A compensação de se envelhecer, pensou Peter Walsh ao sair do Regent's Park, de chapéu na mão, era simplesmente aquela: as paixões continuam tão fortes como sempre, mas obtemos - finalmente! - o poder de adicionar o sabor supremo à existência -, o poder de apreendermos a experiência, de a fazermos rodar, lentamente, sob qualquer luz.
Era uma confissão terrível (voltou a pôr o chapéu), mas agora, aos cinquenta e três, já mal precisava de pessoas. A própria vida, cada momento dela, cada gota, ali, naquele instante, agora, ao sol do Regent's Park, era suficiente. Na verdade, até era demasiado. Agora que atingimos esse poder, uma vida inteira é demasiado breve para retirarmos dela todo o seu sabor; para extrairmos cada grama de prazer, cada matiz de significado, que são agora muito mais sólidos do que costumavam ser, e muito mais impessoais.»
Mrs. Dalloway
Virginia Woolf

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Um desafio por mês #26


Janeiro #14

Nestas tardes luminosas de Inverno em que te espero, cada poente transparente lembra em mim as pérolas que embalam as ondas das marés. E nelas vejo todo o fulgor dum futuro que há-de ser nosso, em que será pleno e perfeito cada instante. Mas o vento amargo do passado traz em si todo o desconsolo das horas das nossas eternas esperas. Nele vivo toda a ansiedade do futuro. Nele duvido da minha existência. Nele sei que és tu a Primavera que eu espero.

Na doçura amarga dessas noites em que bailamos a multiplicação das esperas da nossa entrega guardo em mim todo o resplendor das palavras és tu a Primavera que eu espero. É nessa Primavera que renasceremos e como prometidos amantes viveremos a exaltação de todas as esperas.

 vento bailador das Primaveras trouxe em si cada pedaço dos teus olhos, cada pérola que me embala nas marés. O luar das noites transparentes é leito onde nos deitamos e nos fazemos nossos como se prendêssemos entre os dedos cada pétala de rosa deste amor. E quando há noite te beijo os olhos tenho a certeza em mim que és tu a Primavera que eu esperava.
Alexandra Oliveira Villar