«Os adultos seguem caminhos. As crianças exploram. Os adultos sentem-se satisfeitos por seguir na mesma direção, centenas de vezes, ou até milhares; talvez nunca lhes ocorra a ideia de abandonar o trilho, de rastejar debaixo dos redodendros, de encontrar espaços entre vedações. Eu era uma criança, o que significava que conhecia uma dúzia de formas diferentes de sair da nossa propriedade e de chegar ao caminho, formas que não implicavam passar pelo caminho de entrada da nossa casa. Decidi que sairia do laboratório a rastejar, percorreria o muro que se erguia ao fundo do relvado e passaria as azáleas e os loureiros que emolduravam o jardim da nossa zona. Dos loureiros deslizaria pela encosta até chegar à vedação ferrugenta que percorria o caminho.»
O oceano no fim do caminho
Neil Gaiman
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