sexta-feira, 1 de maio de 2015

Maio #18

Se um dia me perguntares se sou gaivota eu não to negarei. Mas tu nunca o saberás. Nunca me verás nos braços asas para voar, nunca terei corpo para planar sobre o vento. E isso tu sabes e saberás. Mas se me perguntares se sou gaivota não to negarei. Mas tu nunca o saberás. Talvez não me conheças. Não sabes em mim aquele brilho marítimo que trago no olhar, nunca me olhaste profundamente nos meus olhos para o saber. Não os sabes. Não os conheces. Não me conheces. Não sabes em mim o meu coração pulsante, nunca te bateu no peito e incitou a voar. Não o conheces. Não me conheces.

Esta é a mais bela das trovas de amor que te posso dar. Dizer que não me conheces, que não me sabes. Que todos os dias percorres o meu corpo inebriado pelo nosso calor sem nunca me conheceres. Mas nunca te negarei se um dia me perguntares se sou gaivota. Sou. Por dentro, por onde não me conheces. Por onde quero realmente que me saibas.
Alexandra Oliveira Villar

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