Se um dia me
perguntares se sou gaivota eu não to negarei. Mas tu nunca o saberás. Nunca me
verás nos braços asas para voar, nunca terei corpo para planar sobre o vento. E
isso tu sabes e saberás. Mas se me perguntares se sou gaivota não to negarei.
Mas tu nunca o saberás. Talvez não me conheças. Não sabes em mim aquele brilho
marítimo que trago no olhar, nunca me olhaste profundamente nos meus olhos para
o saber. Não os sabes. Não os conheces. Não me conheces. Não sabes em mim o meu
coração pulsante, nunca te bateu no peito e incitou a voar. Não o conheces. Não
me conheces.
Esta é a mais
bela das trovas de amor que te posso dar. Dizer que não me conheces, que não me
sabes. Que todos os dias percorres o meu corpo inebriado pelo nosso calor sem
nunca me conheceres. Mas nunca te negarei se um dia me perguntares se sou
gaivota. Sou. Por dentro, por onde não me conheces. Por onde quero realmente
que me saibas.
Alexandra Oliveira Villar
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