Na Primavera
eu venho. Prometo. Prometo-te. Na Primavera eu venho para te beijar esses
lábios de maresia. Prometo. Prometo-te. No raiar dessa madrugada, ver-me-ás de
regresso envolta nos ares refrescantes de uma nova estação. Estarei cá,
prometo, nessa manhã. Eu venho e deitar-me-ei aqui como quando nasci. Serei a
mesma de sempre, com mais Primavera. Comigo.
Voltarei com
as andorinhas, no regresso da Primavera, para habitar estas terras salgadas.
Serei, de novo, vento do norte em searas loucas. Seremos caminho, estações,
lições, amores. Serei eu Primavera, se o quiseres.
Mas hoje não.
Agora irei para longe, para onde hoje for Primavera. Noutras terras, noutros
mundos, noutros paradigmas. Preciso, como de água para beber, de respirar. Irei
com as andorinhas habitar terras sem sabor a sal, onde agora é Primavera.
Agora, irei para mim própria já que esta terra salgada é Inverno. Com as
andorinhas. Prometo. Prometo-te.
Alexandra Oliveira Villar
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