Olha para o
mar, amor! Não vês como ele nos chama? Não sentes os seus braços a
envolverem-nos cuidadosamente? Diz-me, sinceramente, não os sentes? Talvez
sejam só delírios da minha imaginação mas jurar-te-ia, aqui e agora, que ele
nos quer como pertença sua. Ouve este rugido de lamento, o tempo urge para nós.
Sentemo-nos abraçados na rebentação, fundamos os nossos corpos e amemo-nos.
Amemo-nos loucamente como as ondas na rebentação aos nossos pés. Infinitamente.
Plenamente. Amor.
Vem comigo!
Afundemo-nos e mergulhemos, são corais de mil cores luzentes à nossa espera.
Daria toda a minha vida para que sentisses, por um só momento neste mundo, a
meu lado, o amor com que o mar nos envolve, com que eu te cuido. Far-me-ia mar
para ti. E levar-te-ia nas rotas das marés a descobrires os ares de outros
ventos. Vem comigo, gaivota! É ao mar que pertencemos. Nada é nosso nesta terra
estrangeira, línguas estranhas, corações mecanizados. Vem comigo, gaivota. Vem
comigo voar.
Alexandra Oliveira Villar
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