sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Agosto #9

Chegas-me na noite profunda em corpo de silêncio que branqueia o negrume que vislumbro e fere os meus olhos. Chegas e, sem qualquer cautela, ficas. Decides que serias silêncio permanente e calarias em mim murmúrios suplicantes de amor e vida. Eras silêncio em forma e desejo e criaste em mim forma e desejo de calmaria. Éramos dois corações universalmente descompassados em infinitos pensamentos descoordenados até nos calarmos. Hoje somos silêncio que vagueia na brisa dos nossos pensamentos e dele fazemos nascer a mais bela das melodias. Pensamos numa só divagação, unimos vontades e enquanto isso entretemo-nos na vida. Porque é em silêncio que o homem faz as maiores viagens da sua existência, nessa noite tivemos a certeza do que vivíamos. E pela noite da eternidade seríamos silêncio uno com vontades e corações unidos na silenciosa melodia do amor.

Alexandra Oliveira Villar

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