Chegas-me
na noite profunda em corpo de silêncio que branqueia o negrume que vislumbro e
fere os meus olhos. Chegas e, sem qualquer cautela, ficas. Decides que serias
silêncio permanente e calarias em mim murmúrios suplicantes de amor e vida.
Eras silêncio em forma e desejo e criaste em mim forma e desejo de calmaria. Éramos
dois corações universalmente descompassados em infinitos pensamentos
descoordenados até nos calarmos. Hoje somos silêncio que vagueia na brisa dos
nossos pensamentos e dele fazemos nascer a mais bela das melodias. Pensamos
numa só divagação, unimos vontades e enquanto isso entretemo-nos na vida.
Porque é em silêncio que o homem faz as maiores viagens da sua existência,
nessa noite tivemos a certeza do que vivíamos. E pela noite da eternidade
seríamos silêncio uno com vontades e corações unidos na silenciosa melodia do
amor.
Alexandra Oliveira Villar
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