É novamente
fim de dia e eu sento-me no banco de jardim do miradouro mais alto da cidade.
Sento-me, recosto-me e respiro. Respiro. Respiro. Lenta e compassadamente. É
novamente fim de dia e a cidade sabe-o. Vai adormecendo com luz dourada nos
olhos e brisa fresca no corpo. É mulher em deleite sobre as areias da
rebentação, onde o mar é horizonte azul de céu e as dunas são braços das
lezírias deste país.
Embalada
pelos sons do músico que se embriaga com esta despedida solar, deambulo pelas
ruas do meu coração. A cada recanto há um poema feito mulher que vive ao som de
um fado, cada desaguar de águas é nascente de um mar aquecido pelo anoitecer da
Primavera. É novamente fim de dia e a frescura do Verão que aí vem é cais da
nova vida que almejo.
Também
eu, minha cidade, sou visitante estranha nas ruas que nasceram comigo.
Alexandra Oliveira Villar
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