«Considerar a preocupação extrema que a droga me tinha poupado - uma hora e vinte minutos de angustia! Frenético, a telefonar para a recepção! A imaginar polícias lá em baixo! -, inundou-me com uma serenidade médica Preocupações! Que desperdício de tempo. Todos os livros sagrados tinham razão. Claramente a "preocupação" era o sinal de uma pessoa primitiva e espiritualmente não desenvolvida. Como era aquele verso de Yeats, sobre os sábios chineses pasmados? Todas as coisas caem e voltam a ser construídas. Olhos brilhantes antigos. Isso era sabedoria. As pessoas andavam a perorar e a chorar e a destruir coisas há séculos, e a lastimarem as suas insignificantes vidas pessoais, quando... de que valia isso tudo? Toda essa dor inútil? Olhai os lírios do campo. Porque é que as pessoas se preocupavam fosse com o que fosse? Não tínhamos nós, como seres conscientes, sido postos nesta terra para sermos felizes, no breve tempo que nos estrava atribuído?»
O Pintassilgo
Donna Tartt
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