quinta-feira, 28 de maio de 2015

Divulgando #32



E é já hoje que começa a 85ª feira do livro de Lisboa! Lançamento e apresentação de livros, sessões de autógrafos, leituras públicas, workshops, intervenções artísticas e encenações, maratonas de leitura, feiras de rua, exposições e claro, promoções. Até dia 14 de Junho, no parque Eduardo VII em Lisboa. Viva a leitura, viva a cultura!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Divulgando #31

Crowdfunding é uma forma simples e recente de angariação de financiamento para um projecto através de uma comunidade que partilha os mesmos interesses. PPL é uma plataforma que permite reunir essa rede de empreendedores e os seus apoiantes. O objectivo é permitir que o imenso potencial de ideias que fervilham na comunidade possa tornar-se realidade, através da ajuda na angariação de fundos. Promovem-se os projectos de pessoas com talento e motivação em áreas tão distintas como eventos sociais, artísticos, culturais ou desportivos. Por exemplo queres lançar um CD da tua nova banda ou organizar um concerto do teu grupo favorito? Talvez escrever um livro? Ou construir um parque de merendas no teu bairro? Com o PPL podes divulgar o teu projecto e reunir a comunidade que partilha o mesmo interesse. Se cada membro contribuir com um pequeno apoio, juntos conseguem levar a cabo os maiores projectos. Essa é a força do crowdfunding. Fica aqui um vídeo promocional para terem uma melhor ideia! Todos os projectos são acompanhados por um vídeo  explicativo e se o dinheiro pedido não for angariado até ao final da data estipulada, os investidores recebem o devido retorno.


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Página-a-página #198

 «Tenho de ir. Estou com alguma pressa. Tenho coisas para fazer.
  Não percebo.
  Parece que o lugar onde estamos nunca é suficientemente agradável. Deixa-me lá ver se acolá se está melhor. E, quando lá chegamos, percebemos afinal que a vida também estava a acontecer onde estávamos. Mas agora já estamos acolá e não podemos regressar, porque a vida também acontece acolá.
  Apontou para o chão com o dedo da mão direita.A vida, neste momento, é precisamente aqui. Já se deu conta desta contradição? A mim, sucede-me todos os dias. Vou levar a minha filha à escola e queria era ficar na cama. Mas, se me deixo ficar na cama, sinto-me culpado por não me levantar. As pessoas aparecem precisamente no momento em que eu queria que me deixassem em paz. Mas, se não aparecem, fico aflito porque afinal ninguém me procura. Já alguma vez pensou nisto?
   Ás vezes.
  Quero dizer, não sei quais serão os motivos pelos quais sentimos constantemente estas urgências. Por que razão é que somos assim.
  Insatisfeitos?
  E inquietos.»
O luto de Elias Gro
João Tordo

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Página-a-página #197

«Queres saber o que me parece? Pois bem, parece-me que a maioria das pessoas vive a pensar que a vida e o mundo (e o diabo a sete) são, tirando algumas excepções, fundamentalmente lógicos e coerentes (ou deveriam sê-lo). Cheguei muitas vezes a esta conclusão falando com os que me rodeiam. Quando acontece alguma coisa, seja no terreno social ou no plano individual, há sempre alguém que diz "Ah, isto aconteceu porque aquilo era assim e assado...", e quase sempre estão todos de acordo e respondem: "Ah, pois claro, é verdade, é verdade..." E isto é uma coisa que não me entra na cabeça. Dizer coisas do género "aconteceu isto por causa daquilo" e "por isso aconteceu o que aconteceu" não explica nada. É como meter um chawan mushi instantâneo dentro do microondas, carregar no botão e, quando soa o "tin", abrir a porta, tirar a tampa e verificar que o prato que escolheste está pronto! Quer dizer, o que é que aconteceu entretanto debaixo da tampa? (...)»
Crónica do Pássaro de Corda
Haruki Murakami

terça-feira, 12 de maio de 2015

Uma boa história nunca acaba #120


The age of Adaline (2015). Drama. Romance. Depois de miraculosamente ter ficado com 29 anos durante quase oito décadas, Adaline Bowman leva uma vida solitária, sem nunca se permitir aproximar de ninguém que possa vir a descobrir o seu segredo. Mas um encontro casual com Ellis Jones, um jovem e carismático filantropo, reacende a sua paixão pela vida e pelo amor. Um fim de semana com os pais de Ellis ameaça pôr a descoberto a verdade e Adaline toma uma decisão que mudará para sempre a sua vida. Imaginem o que é o tempo passar e nós não envelhecermos. Agora imaginem que são as únicas pessoas no mundo a quem isso acontece. Imaginem o que é ver todos aqueles que amamos a envelhecer e a desaparecer e nós continuarmos sempre iguais. Sempre parados no tempo... Para quem gosta de romances este é um excelente filme. Existe segredos, existe amor, existe o sentimento de perda e de partilha. Existe a passagem do tempo. Existe história e existe novos começos. É um all package e é por isso que este blog aconselha!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Histórias com história #9


Six feet under (2001-2005). Drama. Sete Palmos de Terra, como foi traduzida para Portugal, é uma série dramática que nos dá uma visão trágico-cómica da vida e da morte segundo a perspectiva de uma família americana disfuncional de Pasadena, que possui e dirige uma agência funerária. Em Los Angeles, o patriarca Nathaniel Fisher, proprietário da agência funerária "Fisher and Sons", é morto num acidente de carro na véspera de Natal. A tragédia atinge a família e Nate, o filho mais velho, que está de regresso a casa para umas curtas férias, vai ter não só de lidar com a morte repentina do pai, como com o autoritarismo da mãe, Ruth, que mantém um romance secreto com o seu cabeleireiro Hiram, e ainda com o irmão David, um homosexual não assumido, que superintende o negócio da família, e a sua irmã Claire, uma adolescente rebelde que recebe a má notícia depois de ter tomado drogas com o seu novo namorado Gabe. A única coisa boa na vida de Nate é Brenda, uma mulher apaixonada que ele conhece no avião. Só que a família de Brenda parece ser ainda mais louca que a de Nate... Estranha, densa, profunda e cruzada por uma dose interessante de humor negro, esta série, como diz o Washington Post, incita a uma devoção compulsiva. É uma série sobre a vida, apesar de tratar de morte, brilhantemente escrita e interpretada. Six Feet Under foi considerada a melhor série de televisão e recebeu por isso o Golden Globe de 2002. Este blog recomenda!

sábado, 9 de maio de 2015

Divulgando #30


Festa do Cinema chega (finalmente) a Portugal com bilhetes a 2,50 euros.
Sim, perceberam bem! Dia 11, 12 e 13 de Maio os bilhetes de cinema vão estar a esse preço! Se tinham algum filme em mente que gostassem de ir ver, esta é a altura ideal. Acho que é de aproveitar!

quarta-feira, 6 de maio de 2015


Through the Wormhole (2010-) é uma série de documentários cujos episódios duram aproximadamente 60 minutos e em que são retratados diversos temas da ciência. Apresentados por Morgan Freeman, somos confrontados com as grandes questões que estão ainda em aberto bem como as hipóteses e teorias que lhes tentam responder. É sem dúvida uma óptima forma de divulgação científica quer para os que se sentem curiosos sobre certos assuntos, quer para aqueles que queiram ter uma visão geral do mundo. Aconselho! E já agora aqui fica o primeiro episódio da primeira temporada intitulado "Is there a creator?" que especula acerca da existência de Deus.


terça-feira, 5 de maio de 2015

Página-a-página #196

«-É isso que eu não entendo. Aos olhos dele devo ser perfeitamente insignificante. Como é que se explica que se dê conta de que eu existo? Noboru Wataya é famoso, tem poder. Comparado com ele, não sou ninguém. Por que carga de água é que ele perde tempo e energia a odiar a minha insignificante pessoa?
Creta Kano abanou a cabeça.
-O ódio é como uma sombra negra que não pára de alastrar. Em muitos casos, nem a pessoa que o sente sabe de onde provém. É uma espada de dois gumes. Ao ferir a outra pessoa, ferimo-nos a nós mesmos. Quanto mais grave for a ferida que infligirmos, mais grave é a nossa. Pode chegar a ser fatal. Mas não é fácil livrarmo-nos dele. Peço-lhe por tudo, senhor Okada, tenha cuidado. O ódio é muito perigoso. E, uma vez arraigado no nosso coração, extirpá-lo é a coisa mais difícil do mundo.»
Crónica do Pássaro de Corda
Haruki Murakami

domingo, 3 de maio de 2015

Página-a-página #195


«-Se os homens vivessem eternamente, sem nunca desaparecerem deste mundo, sem nunca envelhecerem nem perderem a saúde, acreditas que se davam ao trabalho de queimar os neurónios a pensar nisto e naquilo, como nós fazemos? Quero dizer, nós reflectimos sobre tudo e mais alguma coisa: filosofia, psicologia, lógica. Religião. Literatura. Acreditas realmente que se a morte não existisse, essas ideias e esses conceitos tão complicados não estariam condenados a desaparecer da face da Terra? (...) Quero dizer... o que eu penso é que as pessoas são obrigadas a reflectir sobre o significado da vida precisamente porque sabem que acabam por morrer um dia. Certo? Quem é que se daria ao trabalho de pensar a sério sobre o facto de estar vivo, se soubesse que continuaria a viver tranquilamente para sempre? Qual seria a necessidade? Ou então, mesmo que a necessidade de reflectir fosse real, o mais certo era as pessoas acabarem por dizer: "Tudo bem, ainda tenho muito tempo pela frente. Deixo isso para mais tarde." Mas as coisas, na realidade, não são assim. Temos obrigações de pensar neste instante, aqui e agora. Quem é que me diz que amanhã à tarde não vou morrer atropelada por um camião? E tu, senhor Pássaro de Corda, sabes lá se dentro de três dias não acabas morto no fundo de um poço? Estás a ver onde quero chegar? Ninguém sabe o que se vai passar. Por isso é que, dê lá por onde der, precisamos da morte. É o que nos faz seguir em frente. É assim que eu penso. Quanto mais viva e mais forte for a presença dessa realidade forte e viva a que chamamos morte, mais seremos obrigados a queimar os miolos a pensar nela.»
Crónica do Pássaro de Corda
Haruki Murakami

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Um desafio por mês #30


Maio #18

Se um dia me perguntares se sou gaivota eu não to negarei. Mas tu nunca o saberás. Nunca me verás nos braços asas para voar, nunca terei corpo para planar sobre o vento. E isso tu sabes e saberás. Mas se me perguntares se sou gaivota não to negarei. Mas tu nunca o saberás. Talvez não me conheças. Não sabes em mim aquele brilho marítimo que trago no olhar, nunca me olhaste profundamente nos meus olhos para o saber. Não os sabes. Não os conheces. Não me conheces. Não sabes em mim o meu coração pulsante, nunca te bateu no peito e incitou a voar. Não o conheces. Não me conheces.

Esta é a mais bela das trovas de amor que te posso dar. Dizer que não me conheces, que não me sabes. Que todos os dias percorres o meu corpo inebriado pelo nosso calor sem nunca me conheceres. Mas nunca te negarei se um dia me perguntares se sou gaivota. Sou. Por dentro, por onde não me conheces. Por onde quero realmente que me saibas.
Alexandra Oliveira Villar