quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Página-a-página #103


«Quanto mais vasto é o tempo que deixámos para trás de nós, mais irresistível a voz que nos convida ao regresso. Esta proposição tem o ar de uma evidência, e no entanto é falsa. O homem envelhece, o fim aproxima-se, cada momento torna-se cada vez mais querido e já não há tempo a perder com recordações. É preciso compreender-se o paradoxo pragmático da nostalgia: o tempo do seu poder maior é a primeira juventude, quando o volume da vida passada é perfeitamente insignificante.»

A ignorância
Milan Kundera

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