«O que restou dos moribundos do Camboja?
Uma grande fotografia da estrela americana com um bebé amarelo nos braços.
O que restou de Tomas?
Uma inscrição: Ele queria o reino de Deus sobre a Terra.
O que restou de Beethoven?
Um homem carrancudo com uma cabeleira inverosímil a pronunciar um 'Es muss sein!'
O que restou de Franz?
Uma inscrição: Após um longo desvario, o regresso.
E sempre assim por diante. E sempre assim por diante. Antes de nos esquecerem, hão-de transformar-nos em kitsch. O kitsch é a estação de correspondência entre o ser e o esquecimento.»
Cap. 29
Sexta parte: A grande marcha
A insustentável leveza do ser
Milan Kundera
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