«Como, Hipócrates, eu não riria daquele que é atormentado pelo sofrimento do amor porque - e felizmente - um entrave contraria os seus desejos? E principalmente, como conteria a hilaridade perante o temerário que lança nos precipícios ou nos abismos marinhos? Como não zombaria daquele que, tendo posto ao mar um navio com demasiada carga, acusa as vagas de tê-lo engolido?
(...)Não vês que também eu me afasto do caminho ao procurar a causa da loucura matando e dissecando animais? Era no homem onde devia procurá-la. Não vês ainda que o mundo abomina veemente o homem e que congregou contra ele infinitos males?
Desde o nascimento, em todas as suas vertentes, o homem demonstra fraqueza; quando nasce é inutil a si mesmo e suplica por cuidados; à medida que cresce, ele é pretencioso, insensato e conduzido pelos mestres; no declínio, é digno de lástima, colhendo os males que a sua loucura semeou. Ei-lo tal como brotou do sangue impuro da sua mãe.»
De Hipócrates a Damageste. Salve!
Do Riso e da Loucura
{O inteligente sorriso dos Deuses perante a pobre loucura dos Homens}
Hipócrates
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