quarta-feira, 30 de maio de 2012

Página-a-página #11


«- Ainda não te casaste? - perguntei.
- Não compreendo suficientemente as mulheres - respondeu.
- Meu caro Gerald - volvi -, as mulheres foram feitas para serem amadas, não para serem compreendidas.
(...)»
Esfinge sem segredo
Oscar Wilde 

Uma boa história nunca acaba #7


« Ninguém deveria ser imortal mesmo que para isso só uma pessoa tivesse de morrer.»

In time. (2011). Acção. Ficção cientifica. Andrew Niccol.
Num futuro onde as pessoas param de envelhecer aos 25 anos, numa sociedade onde a moeda de troca não é o dinheiro mas sim o tempo, todos ambicionam viver o mais tempo possível, sendo que, tal como há milionários, também no filme há quem pretenda ser imortal. Will Salas, interpretado por Justin Timberlake faz os possíveis por viver sempre mais um dia, isto é, cada dia como se fosse o último. Este é um filme com uma boa história e uns excelentes actores. Recomendo!

Página-a-página #10



«Como, Hipócrates, eu não riria daquele que é atormentado pelo sofrimento do amor porque - e felizmente - um entrave contraria os seus desejos? E principalmente, como conteria a hilaridade perante o temerário que lança nos precipícios ou nos abismos marinhos? Como não zombaria daquele que, tendo posto ao mar um navio com demasiada carga, acusa as vagas de tê-lo engolido?
(...)Não vês que também eu me afasto do caminho ao procurar a causa da loucura matando e dissecando animais? Era no homem onde devia procurá-la. Não vês ainda que o mundo abomina veemente o homem e que congregou contra ele infinitos males? 
Desde o nascimento, em todas as suas vertentes, o homem demonstra fraqueza; quando nasce é inutil a si mesmo e suplica por cuidados; à medida que cresce, ele é pretencioso, insensato e conduzido pelos mestres; no declínio, é digno de lástima, colhendo os males que a sua loucura semeou. Ei-lo tal como brotou do sangue impuro da sua mãe.»


De Hipócrates a Damageste. Salve!
Do Riso e da Loucura
{O inteligente sorriso dos Deuses perante a pobre loucura dos Homens}
Hipócrates

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Página-a-página #9




« Ao fim de cinquenta anos de discussões entre amigos e de conversas animadas durante jantares, continuo a espantar-me com o pouco interesse das pessoas cultas pelas questões cientificas. Nos meios intelectuais mais eruditos dificilmente se reconhece ter poucos conhecimentos de filosofia ou literatura, mas confessa-se com toda a naturalidade não perceber patavina de matemática ou de ciências. Conhecem-se os nomes Galileu e Newton, mas ignora-se frequentemente o que descobriram. Mais prosaicamente, servimo-nos quotidianamente de aparelhos mais ou menos sofisticados - do frigorífico ao telemóvel, passando pela fotocopiadora e pelo televisor - sem termos a mínima ideia de como esses aparelhos funcionam. Enfim, é frequente ouvirmos dissertar sobre os riscos da energia nuclear gente brilhante, formada nas melhores faculdades, que seria sem dúvida incapaz de explicar como funciona uma reacção em cadeia numa pilha atómica.
Este desinteresse das pessoas cultas pelas ciências não incomoda ninguém, mas esta indiferença continua a espantar-me.
(...)»

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Página-a-página #8


«(...) Por cada efeito causado, ganhamos um inimigo. Para sermos populares temos de ser medíocres.
- Com as mulheres não é assim - disse a duquesa abanando a cabeça -, e as mulheres governam o mundo. Garanto-te que não conseguimos suportar a mediocridade. Nós as mulheres, como diz alguém, amamos com os ouvidos, assim como vocês, os homens, amam com os vossos olhos, se é que alguma vez chegam a amar.
-Parece-me que nunca fazemos outra coisa - murmurou Dorian.
-Ah, então nunca amam verdadeiramente, Mr. Gray - respondeu a duquesa, com uma tristeza fingida.
-Minha querida Gladys! - exclamou Lord Henry. - Como te atreves a dizer uma coisa dessas? O romance vive de repetição, e a repetição transforma uma simples inclinação em arte. Além disso, cada vez que amamos é a única vez que amámos na vida. Um objecto diferente não altera a unicidade da paixão. Apenas a intensifica. Na melhor das hipóteses, só podemos ter na vida uma grande experiência, e o segredo da vida é repetir essa experiência o máximo de vezes possível.
-Mesmo quando a experiência nos magoou, Harry? - perguntou a duquesa, após um momento de silêncio.
-Especialmente quando nos magoou - respondeu Lord Henry.» 

O Retrato de Dorian Gray 
Oscar Wilde
Cap 17

Página-a-página #7


«(...) Todavia, bem vistas as coisas, que lhe importava? A nossa existência era demasiado breve para arcar-mos com o fardo dos erros dos outros aos ombros. Cada homem vivia a sua própria vida e pagava o preço por vivê-la. Só era pena termos de pagar repetidamente por um único erro. Na verdade, tínhamos de pagar eternamente. Nos seus negócios com os homens, o Destino nunca fechava contas.
Há certos momentos, dizem-nos os psicólogos, em que a paixão pelo pecado, ou por aquilo a que o mundo chama pecado, domina de tal modo uma personalidade, que cada fibra do corpo, bem como cada célula do cérebro, parece adquirir instintivamente impulsos temíveis. Em tais momentos, os homens e as mulheres perdem a liberdade de escolha.Avançam para o seu terrível fim como um autómato. É-lhes negada qualquer alternativa, e a sua consciência é aniquilada ou, no caso de subsistir, vive apenas para imbuir de fascínio a rebeldia e de encanto a desobediência. Pois todos os pecados, como os teólogos não se cansam de nos dizer, são pecados de desobediência. Quando aquele espírito celeste, aquela estrela da manhã do mal, se despenhou do céu, foi como rebelde que caiu.»

O Retrato de Dorian Gray
Oscar Wilde
Cap. 16

terça-feira, 22 de maio de 2012

Página-a-página #6



«E a Beleza não serve de nada. Atrapalha. Provoca desastres nas famílias, intoxica-nos até ao desmaio, não poupa nada. Devia ser proibida. É um escândalo no meio do mundo. É a causa do espantoso medo que é perdê-la. Não escolhi ser quem sou, este vício de que sou escravo. O que mais importa, ninguém escolhe. Já tentei ser tantos para escapar de mim, para me desviar desta vida que me deram. E depois vem a beleza. Surpreendente ao virar de uma esquina. Um desejo marcado no ponto de encontro do aeroporto onde ficaremos para sempre abraçados. Envolta em nevoeiro a tomar duche à minha frente. A irromper do nada. A primeira coisa que uma qualquer tirania sabe que tem a fazer é demolir a beleza. Com todo o direito, de todas as maneiras. A beleza semeia a desordem nas almas e nos corpos que anima. Alimenta-se de uma liberdade particularmente virulenta. É impertinente. Não conhece regras. Vive da vida e de mais nada.»

O Mundo É Tudo o que Acontece. Pedro Paixão. Quetzal. 2008.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Uma boa história nunca acaba #6


« Tudo o que sei... Só sei porque amo. »

The last station (2009). Filme biográfico de Lev Tolstoi adaptado ao romance de Jay Parini. Realização de Michael Hoffman. Nos seus últimos anos de vida, Tolstói entra em conflito com a sua esposa que queria fazer fortuna com os trabalhos do marido a fim de deixar uma herança aos seus filhos. Tolstói nunca gostou da vida luxuosa que levava e com a ajuda do amigo Vladimir Chertkov, planeia escrever um testamento em que declara que todas as suas obras são do domínio público pois não queria fazer fortuna com elas uma vez que foram escritas para o povo.

sábado, 19 de maio de 2012

Uma boa história nunca acaba #5



«Qual é o parasita mais resistente? Uma bactéria? Um vírus? Não. Uma ideia! Resistente e altamente contagiosa. Uma vez que uma ideia se apodera da mente, é quase impossível erradicá-la. Uma ideia que é totalmente formada e compreendida, permanece.»

Inception (2010). Acção. Aventura. Ficção científica. Christopher Nolan. Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) é um habilidoso ladrão, um dos melhores na perigosa arte da extração, que consiste no roubo de segredos valiosos do inconsciente durante o sono, que é quando a mente está mais vulnerável. A excepcional habilidade de Cobb tornou-o peça fundamental no traiçoeiro mundo da espionagem industrial, mas também o tornou um fugitivo internacional. Agora, Cobb tem a sua chance de redenção, num último trabalho que pode dar-lhe a sua vida de volta se ele conseguir algo completamente impossível – inserção. A sua tarefa não é roubar uma ideia, mas sim plantar uma.

Filmes com lições de vida



Decidi postar este vídeo apesar de ter lido várias críticas sobre ele, por uma simples razão. Tal como nos livros, também nos filmes aprendemos grandes lições de vida. A meu ver, este pequeno vídeo aborda uma das principais lições que os filmes hoje-em-dia tentam transmitir: o famoso Carpe Diem. Desde o Clube dos poetas mortos, ao Matrix, passando pelo Ratatui. Todos eles nos incitam o mesmo: Aproveitar a vida, pois o momento presente é tudo o que temos. Deixo portanto a divulgação do vídeo que é o que me compete deixando para os leitores as devidas opiniões.

Matematicando #1



No final do século passado, Enstein propôs um problema que, segundo ele, 98% das pessoas não seriam capazes de resolver.


Há cinco casas de diferentes cores . Em cada casa mora uma pessoa de uma diferente nacionalidade. Os cinco proprietários bebem diferentes bebidas, fumam diferentes tipos de cigarros e têm diferentes animais de estimação. A questão é quem tem um peixe?


  1. O inglês vive na casa vermelha.
  2. O sueco tem cachorros.
  3. O Dinamarquês bebe chã.
  4. A casa verde fica à esquerda da casa branca.
  5. O dono da casa verde bebe café.
  6. O homem que fuma Pau Mali cria pássaros.
  7. O dono da casa amarela fuma Dunhill.
  8. O dono da casa do centro bebe leite.
  9. O norueguês vive na primeira casa.
  10. O homem que fuma Blends vive ao lado do que tem gatos.
  11. O homem que cria cavalos vive ao lado do que fuma Dunhill.
  12. O homem que fuma Bluemaster bebe cerveja.
  13. O alemão fuma Prince.
  14. O norueguês vive ao lado da casa azul.
  15. O homem que fuma Blends é vizinho do que bebe água.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Personalidades #5



«Como é possível que a matemática, que é afinal um produto do pensamento humano independente da experiência, esteja tão admiravelmente adaptada aos objectos da realidade? Será pois que a razão humana é capaz de captar as propriedades das coisas reais sem se basear na experiência e meramente pelo pensamento puro? »


Albert Einstein (1879-1955). Físico teórico alemão radicado nos Estados Unidos. Conhecido por desenvolver a teoria da Relatividade. Ganhou prémio nobel da física em 1921, pela correcta explicação do efeito fotoeléctrico.


Personalidades #4


Relatividade, 1953

Mauritus Cornelis Escher. Nasceu nos países baixos, em Leeuwarden, em 1898, e faleceu em 1970 em Laren, na Holanda do Norte, após uma vida dedicada a produzir as gravuras mais intrigantes e matematicamente sofisticadas que um artista alguma vez produziu.


Mãos desenhando-se, 1948

Uma boa história nunca acaba #4


Dead Poets society. (1989). 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Página-a-página #5



« (...) Não tenho culpa que esta terrível tragédia me tivesse impedido de agir acertadamente. Lembro-me de tu uma vez me dizeres que as boas resoluções são minadas por uma fatalidade. Tomamo-las sempre tarde demais. Não há dúvida de que foi o que aconteceu às minhas.
- As boas resoluções são sempre tentativas de interferir com as leis científicas. Provêm da pura vaidade. O seu resultado é absolutamente nulo. Proporciona-nos, uma vez por outra, uma dessas voluptuosas emoções estéreis que produzem um certo encanto nos fracos. É tudo o que podemos dizer em sua defesa. Não passam de cheques que os homens sacam sobre um banco em que não têm conta aberta. »

O Retrato de Dorian Gray
Oscar Wilde
(Cap.8)


Página-a-página #4


« - Ora, as tuas teorias da vida, as tuas teorias do amor, a tua teoria do prazer. Todas as tuas teorias, para falar verdade, Harry.
- O prazer é a única coisa de que vale a pena ter uma teoria - respondeu ele na sua voz lenta e melodiosa. - Mas receio bem que não me possa apropriar dessa teoria. Não é minha, é da Natureza. O prazer é o teste da Natureza, o seu sinal de aprovação. Quando nos sentimos felizes, somos sempre bons, mas quando somos bons nem sempre nos sentimos felizes.
- Ah, mas que significa ser bom? - Exclamou Basil Haallward.
(...)
- Ser bom é estar em harmonia connosco próprios - replicou, descansando os dedos pálidos e finos no pé delicado do cálice. - A discórdia é sermos obrigados a estar em harmonia com os outros. A nossa vida é o que há de mais importante. »

O Retrato de Dorian Gray
Oscar Wilde
(Cap. 6)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Página-a-página #3


« - Um rubor é bem sedutor - fez notar Lord Henry.
- Só quando se é nova - respondeu ela - Quando uma velha senhora, como eu, cora, não é nada bom sinal. Ah, Lord Henry, quem me dera que me dissesses como rejuvenescer. 
Lord Henry reflectiu por momentos. 
- Recorda-se de algum pecado terrível que tenha cometido nos seus tempos de juventude, duquesa? - perguntou ele, interpelando-a com o olhar do outro lado da mesa.
- Receio bem que tenham sido bastantes - exclamou ela.
- Então volte a cometê-los - disse ele, num tom sério. - Para recuperar a juventude, baste repetirmos as nossas loucuras.
(...) »

O Retrato de Dorian Gray
Oscar Wilde
(cap. 3)

domingo, 13 de maio de 2012

Personalidades #3


Jostein Gaarder. Escritor norueguês. Mais conhecido pela sua obra "O Mundo de Sofia" publicada em 1991. A história é um romance acerca da história da Filosofia cujo enredo gira em torno de uma rapariga que amparada por um filósofo, descobre que a sua existência não é nada mais que o fruto da imaginação de uma outra pessoa. Para chegar a esta conclusão Sofia, a personagem principal, teve de passar por todas as etapas da filosofia, desde os pré socráticos até aos filósofos da actualidade. Para além de 'O Mundo de Sofia', Gaarder escreveu 'A rapariga das Laranjas', Maya - o Mistério da Criação', 'O vendedor de Histórias' , 'O Enigma e o Espelho', ' O Castelo dos Pirenéus', 'A vida é breve', 'O Mistério do jogo das paciências' entre muitos outros.

Documentário: A História da matemática


Episódio I - A linguagem do Universo


Episódio II - O génio do Oriente


Episódio III - As fronteiras do Espaço


Espisódio IV - Ao infinito e além

Página-a-página #2


A matemática das coisas - Do papel A4 aos atacadores dos sapatos, do GPS às rodas Dentadas. Nuno Crato. Gradiva. spm. 1ª edição- 2008.
« Este é um livro de histórias mateemáticas. De deliciosas histórias matemáticas. São histórias de vilões que procuram roubar segredos, de heróis que codificam as suas mensagens e de matemáticos que passam séculos à procura da melhor forma de empilhar laranjas. São também histórias de confusões nas auto-estradas por se ignorarem regras da geometria cartesiana, de trapalhadas nos trocos por se desconhecerem paradoxos antigos e erros nos calendários por se fazerem más aproximações numéricas. São, finalmente, histórias sobre a beleza e o poder da matemática. É a matemática em acção, contada de forma a todos a entenderem, de forma que os jovens se entusiasmam e os professores se inspiram.»

sábado, 12 de maio de 2012

Uma boa história nunca acaba #3


« A felicidade só é verdadeira quando é partilhada. »

Christopher Johnson McCandless.  Into the wild. (2007). Aventura. Biografia. Drama. Sean Penn. Vince Vaughn.  Um filme baseado no livro de John Krakauer. Baseado numa história verdadeira, conta a história de um rapaz americano que após concluir os estudos, aos 22 anos, decide partir em busca de uma aventura runo ao Alasca. Seria Christopher um aventureiro heróico ou um idealista ingénuo, um Thoreau rebelde dos anos 90 ou mais um  filho americano perdido, uma pessoa que arriscava tudo ou apenas lutava com o precário balanço entre o homem e a natureza? Sem dúvida um filme a não perder e um livro a ler! Adorei!

terça-feira, 1 de maio de 2012