terça-feira, 1 de março de 2016

Março #28

Hoje foi o último dia deste pôr-do-sol. Ainda atravessei a ponte para roubar a luz e levá-la comigo. Queria apresentá-la ao mundo, mostrar ao mundo o meu refúgio da alma. Infrutiferamente. Voltei e fui sentar-me a ouvir a música da cidade. Contemplativamente. Beber de cada uma das palavras dos seus poetas. Os poetas são seus, e ela é a própria música. Dela guardo duas palavras que carregarei cada vez que a pronunciar: luz e música.

E a despedida não é nada quando de ti levo uma parte, agora, parte integrante de mim. Talvez um dia volte e, talvez, encontre as mesmas ruelas em que, sob o luar da noite, me perdia. Queira Deus que um dia ainda seja a mesma cidade. Com a mesma luz e com a mesma música.

Levo em mim um pouco da minha cidade. Espalhá-la-ei pelo mundo. E, em breve, o mundo será a minha cidade.


Alexandra Oliveira Villar

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