Olho para o
meu lado. Vejo homens deliciados a viverem cada momento entorpecidos pelo ruído
ensurdecedor da poeira dos dias. A luz pouco trespassa nessa sufocante rotina
mas os olhos são enganosamente iluminados pela recusa de se entregarem à labuta
de viverem. E no dia que o pó acalmar as forças já terminaram, o homem sucumbe,
morre e nunca viveu.
Mas
sabemos que do ciclo natural das coisas não nascem flores nem estrelas. É
quando o mundo rodopia num baile desenfreado que crescem vales e montanhas,
nasce o sol, eclipsa-se a lua, formam-se doutores, vivem-se cidades, cava-se
terra, lançam-se redes, nascem e fazem-se filhos. É no extraordinário que a
vida acontece. E é no extraordinário que devemos fazer correr a nossa vida, a
ritmo acelerado para nada deixar escapar por entre poeiras repressivas. Toda a
engrenagem está agora montada. O ritmo acelerou. A vida já nasceu.
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