segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Setembro #10

Olho para o meu lado. Vejo homens deliciados a viverem cada momento entorpecidos pelo ruído ensurdecedor da poeira dos dias. A luz pouco trespassa nessa sufocante rotina mas os olhos são enganosamente iluminados pela recusa de se entregarem à labuta de viverem. E no dia que o pó acalmar as forças já terminaram, o homem sucumbe, morre e nunca viveu.

                Mas sabemos que do ciclo natural das coisas não nascem flores nem estrelas. É quando o mundo rodopia num baile desenfreado que crescem vales e montanhas, nasce o sol, eclipsa-se a lua, formam-se doutores, vivem-se cidades, cava-se terra, lançam-se redes, nascem e fazem-se filhos. É no extraordinário que a vida acontece. E é no extraordinário que devemos fazer correr a nossa vida, a ritmo acelerado para nada deixar escapar por entre poeiras repressivas. Toda a engrenagem está agora montada. O ritmo acelerou. A vida já nasceu.

 Alexandra Oliveira Villar

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