quinta-feira, 13 de junho de 2013

Página-a-página #44


«Um homem deveria aprender a detectar e a observar mais a luz que atravessa interiormente a sua mente como um raio do que o brilho do firmamento de bardos e sábios. Todavia, o homem desdenha-o, não lhe presta atenção, por esse mesmo pensamento vir de si mesmo. Em toda a obra genial reconhecemos os nossos próprios pensamentos, que rejeitámos; eles voltam ao nosso encontro com uma certa majestade alienada, devido ao seu carácter alheio. As grandes obras de arte não nos oferecem lição mais válida do que esta; ensinam-nos a obedecer à nossa espontaneidade com uma inflexibilidade bem humorada, tanto mais quando o coro das opiniões está no outro campo. Se assim não for, um dia um estranho anunciará, com um bom senso magistral, precisamente o que sempre pensámos e sentimos, e, envergonhados, seremos obrigados a admitir da parte de outra pessoa o que era a nosso própria opinião.»

A  Confiança em Si
A Confiança em Si, A Natureza e Outros Ensaios
Ralph Waldo Emerson

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