«A repugnância perante a comida animal não resulta da experiência, decorre do instinto. Parecia-me mais belo viver com humildade, passando mal em muitos aspectos.»
«As frutas, comidas com moderação, não nos envergonham pelo nosso apetite nem interrompem as nossas actividades mais dignas. (...) Muitos homens sentir-se-iam desonrados se fossem surpreendidos a preparar com as próprias mãos uma refeição, de comida animal ou vegetal, como a que diariamente outros lhes preparam.»
«...estou convicto de que faz parte do destino da raça humana, no seu progresso gradual, abandonar o hábito de comer animais.»
«Não é a comida que entra na boca de um homem que o envelhece, é o apetite com que ele come.»
«Toda a nossa vida é surpreendentemente moral. Não há um só instante de tréguas entre a virtude e o vicio. A bondade é o único investimento que nunca falha. Na música da harpa que vibra em redor do mundo, é a insistência nisso que o comove.»
«Se pretendeis ser casto, deveis ser moderado. O que é a castidade? Como saberá um homem se é casto? Não o saberá. Temos ouvido falar dessa virtude, mas não sabemos do que se trata. Falamos conforme os boatos que ouvimos. Do exercício vem a sabedoria e a pureza; da preguiça, a ignorância e a sensualidade. No estudante, a sensualidade é um hábito preguiçoso da mente. Uma pessoa imunda é geralmente preguiçosa, senta-se ao lado do fogão, prostra-se a apanhar sol, descansa sem estar cansada. Se pretendeis evitar a depravação, trabalhai seriamente, mesmo que seja limpando um estábulo. A natureza é difícil de ser dominada, mas deve ser dominada. De que adianta serdes cristãos se não sois mais puros que pagãos, se não vos sacrificais, se já não sois religiosos?»
«Todo o homem é o construtor de um templo, que é o seu corpo, para o deus a que adora; e segue um estilo puramente seu, não podendo desincumbir-se martelando, em vez de si mesmo, o mármore. Somos todos escultores e pintores, e o material é a nossa própria carne, seu sangue e ossos. Qualquer nobreza começa logo a refinar as feições de um homem, qualquer mesquinharia ou sensualidade a embrutecê-las.»
Leis superiores
Walden ou a vida nos bosques
Henry David Thoreau