domingo, 4 de dezembro de 2016

Página-a-página #169

«Sempre que me lembro deste mito, pergunto-me: será que nunca nos será permitido ver o verdadeiro rosto do amor? E compreendo o que os gregos queriam dizer com isto: o amor é um acto de fé noutra pessoa e o seu rosto deve estar sempre coberto pelo mistério. Cada momento deve ser vivido  com sentimento e emoção, porque se o tratamos de o decifrar e perceber, a magia desaparece. Seguimos os seus caminhos tortuosos e luminosos, deixam-nos ir ao mais alto da terra ou ao mais fundo dos mares, mas confiamos na mão que nos conduz. Se não nos deixamos assustar, despertaremos sempre num palácio; se tememos os passos que serão exigidos pelo amor e queremos que nos revele tudo, o resultado é que não conseguiremos mais nada. »
A espia
Paulo Coelho 

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