Chamava-se
Maria. E nos olhos trazia o mar. Azuis, límpidos e serenos. Era a tranquilidade
de um fim de dia sereno, frente a um pôr-do-sol resplandecente. Miradouro da
cidade do meu coração. Eram os olhos de criança que brilhavam como sol de
inverno. Frio mas reconfortante. Chamava-se Maria. E no coração trazia a
maresia. Fresca, melancólica e pulsante. Era força que brotava de grandes
ondas, nascia do ventre do mar como certeza inolvidável. Era mulher que bailava
ao vento movida pela força do amor. Chamava-se Maria. E nos braços trazia asas.
Longas, abertas e aconchegantes. Planava na vida serena e tranquilamente. Desfrutava
de cada vento, fazia dele força motriz para o seu corpo. Chamava-se Maria. E
era força em cada retalho do seu corpo.
Hoje,
não conheço esta Maria no país por onde vagueio mas desejo intensamente sê-la,
ser mar, maresia, asas. Cada Maria em cada parte de mim. Olho brilhante e
coração aberto.
Alexandra Oliveira Villar
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