segunda-feira, 1 de junho de 2015

Junho #19

                Chamava-se Maria. E nos olhos trazia o mar. Azuis, límpidos e serenos. Era a tranquilidade de um fim de dia sereno, frente a um pôr-do-sol resplandecente. Miradouro da cidade do meu coração. Eram os olhos de criança que brilhavam como sol de inverno. Frio mas reconfortante. Chamava-se Maria. E no coração trazia a maresia. Fresca, melancólica e pulsante. Era força que brotava de grandes ondas, nascia do ventre do mar como certeza inolvidável. Era mulher que bailava ao vento movida pela força do amor. Chamava-se Maria. E nos braços trazia asas. Longas, abertas e aconchegantes. Planava na vida serena e tranquilamente. Desfrutava de cada vento, fazia dele força motriz para o seu corpo. Chamava-se Maria. E era força em cada retalho do seu corpo.

                Hoje, não conheço esta Maria no país por onde vagueio mas desejo intensamente sê-la, ser mar, maresia, asas. Cada Maria em cada parte de mim. Olho brilhante e coração aberto.

Alexandra Oliveira Villar

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