«Siddhartha aprendeu coisas novas a cada passo do seu caminho, pois o mundo estava transformado e o seu coração estava enfeitiçado. Viu o sol nascer para lá das montanhas da floresta e pôr-se para lá de praias distantes, orladas de palmeiras. Viu à noite as constelações no céu e o crescente da lua, semelhante a um barco navegando no azul. Viu árvores, estrelas, animais, nuvens, arco-íris, penhascos, erva, flores, ribeiros e rios, o orvalho nos arbustos pela manhã, grandes montanhas distantes azuis e brancas, aves a cantar e abelhas, o sopro de prata do vento pelos arrozais. (...) Mas agora os seus olhos libertos demoravam-se sobre todas estas coisas, via e reconhecia o mundo visível procurava um lar nesse mundo, não procurava essência, não apontava alvos distantes. O mundo era belo quando visto desta maneira, tão sem desejos, tão simples, tão inocente. A lua e as constelações eram belas, o regato e a sua margem, a floresta e o rochedo, a cabra e o escaravelho dourado, a flor e a borboleta eram belos.»
Siddartha
um poema indiano
Hermann Hesse
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